Segunda, 03 de março de 2025

A Usiminas anunciou uma “aceleração” no seu plano de desenvolvimento com a construção de uma nova usina de placas na cidade de Santana do Paraíso, em Minas Gerais. O projeto, de US$ 5,7 bilhões, irá substituir a estratégia de expansão da Usina Intendente Câmara, em Ipatinga, que previa o aumento da capacidade da planta para 3,2 milhões de toneladas anuais. O empreendimento será instalado a apenas sete quilômetros da unidade localizada no município do Vale do Aço. No total, os investimentos previstos no plano inicial passaram de US$ 9,9 bilhões, até 2015, para US$ 14,1 bilhões, até 2012.

”Estamos buscando acelerar de tal maneira que possamos atender a demanda brasileira. A cobrança vem do próprio mercado”, disse o diretor-presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco. Em fevereiro a empresa adquiriu a J. Mendes para garantir seu próprio minério de ferro. Na semana passada, comprou uma área no litoral de Itaguaí (RJ) para montar um terminal portuário de exportação, cujo projeto ainda encontra-se em fase de elaboração e está previsto para entrar em operação em 2012.

Somente a capacidade da nova usina, cuja operação está marcada para ter início em 2011, será de 5 milhões de toneladas de placas ao ano. O resultado irá imprimir velocidade à produção total da companhia, que saltará de 9,5 milhões de toneladas de aço, anualmente, para 14,5 milhões de toneladas/ano. Anexo à fábrica será erguida uma central termelétrica, orçada em US$ 395 milhões. Serão criados 3.500 empregos diretos e 16 mil no pico de obras, disse a empresa.

De acordo com Castello Branco, a transferência do investimento antes previsto em Ipatinga para Santana do Paraíso teve motivação técnica e ambiental. “A unidade da Usiminas já tem instalação demais, e nos confrontamos com o problema de espaço. E ainda havia o aumento da carga ambiental, com necessidades de investimentos enormes”, informou. A escolha foi motivada ainda pela redução de custos operacionais, graças à proximidade das duas usinas, ao menor impacto ambiental e à diminuição de riscos de interferência na rotina da Intendente Câmara.

”A localização da nova usina permitirá que as unidades de Ipatinga e de Santana do Paraíso compartilhem a logística e a infra-estrutura já existentes na Região do Vale do Aço, principalmente nos setores de saúde e educação. E a carga ambiental é inexistente. Vamos levar riqueza sem onerar ambientalmente”, detalhou.

As placas produzidas na nova planta serão destinadas para exportação e fomento das iniciativas de internacionalização (60%), além de abastecer as unidades de Ipatinga e Cubatão (40%). A usina de placas anda no compasso do crescimento no Brasil dos setores naval e de petróleo e gás, que demandam muito esse tipo de material. O executivo salientou as oportunidades da Usiminas em aproveitar dos investimentos da Petrobras.

Se considerados os investimentos adicionais de US$ 395 milhões para a construção de uma termelétrica de 250 (megawatts) MW, e os R$ 80 milhões alocados na construção de um novo aeroporto nas proximidades das duas cidades, o investimento da usina de Santana do Paraíso irá consumir mais de US$ 6,1 bilhões.

No novo plano de desenvolvimento ainda estão previstas a ampliação da capacidade de produção de aço e de minério, bem como a modernização das usinas Intendente Câmara (US$ 1,2 bilhão) e José Bonifácio, em Cubatão, São Paulo. (US$ 2,4 bilhões). Também estão estimados aportes em redução de custos e na preservação ambiental. Outros US$ 3,5 bilhões irão para o setor de mineração, que contempla a aquisição de quatro minas da J. Mendes, na Região de Serra Azul, município de Mateus Leme, e incremento da capacidade de produção.

A alteração dos planos também incrementou a contratação de funcionários. A estimativa da siderúrgica é de gerar mais de 26 mil postos temporários de trabalho, dos quais 16 mil para a construção da nova usina. Serão quatro mil empregados diretos, com prioridade para contratação de mão-de-obra local, sendo que 3,5 mil irão trabalhar na operação - 700 mil a mais que no planejamento anterior.

O novo complexo será erguido aonde funciona o atual aeroporto da Usiminas, a sete quilômetros da usina Intendente Câmara, em Ipatinga, e dar fôlego para empresa crescer nos próximos 50 anos. Um novo aeroporto, avaliado em R$ 80 milhões e com capacidade para 360 mil passageiros por ano, será construído simultaneamente. O novo campo de pouso poderá receber aeronaves maiores, tanto de cargas como de passageiros e será o segundo maior de Minas.

O plano de investimento contará recursos próprios (50%) e de fontes como BNDES, bancos comerciais e captações. A empresa já fez várias operações neste ano e tem outras em negociação até o primeiro trimestre de 2009.

Fonte: Portugal Digital - 09 JUL 08

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