Sábado, 01 Fevereiro 2025

Algumas das regiões mais atingidas pelo terremoto de segunda-feira passada na China sofreram ontem um forte tremor secundário. O abalo provocou a morte de pelo menos três pessoas e feriu mais de mil na divisa entre as Províncias de Sichuan e Gansu. O tremor, de 6 graus na escala Richter, também afetou os trabalhos de resgate. Ainda assim, mais 3 vítimas foram retiradas vivas dos escombros ontem, depois de 63 terem sido salvas no sábado.

Tang Xiong ficou 139 horas sob um hospital que desmoronou na cidade de Beichuan, quase totalmente destruída pelo abalo do dia 12 - o mais forte na China em 32 anos, com intensidade revisada ontem de 7,8 para 8 graus na escala Richter. A mulher de Tang havia sido resgatada na quinta-feira.

Outro homem, de 53 anos, foi resgatado em Yingxiu, o epicentro do terremoto, depois de ficar soterrado por 148 horas. Também foi salva uma mulher de 91 anos. Algumas das pessoas resgatadas sábado disseram ter sobrevivido tomando a própria urina.

O número oficial de mortos subiu ontem para 32,5 mil e o de feridos, para 220 mil. Mas ainda há milhares de corpos nas construções destruídas pelo terremoto da semana passada, que atingiu uma área três vezes maior que a Bélgica e afetou diretamente 10 milhões de pessoas. Na avaliação do governo, o total de mortos chegará a 50 mil.

O governo chinês decretou ontem luto nacional de três dias pelos mortos, a partir de hoje. Nesse período, será interrompido o percurso da Tocha Olímpica pelas cidades do país.

O tremor deixou 4,8 milhões de pessoas desabrigadas, que estão vivendo em barracas ou tendas improvisadas, em condições sanitárias inadequadas - não há banheiros suficientes e milhares de pessoas estão nos mesmos locais, o que eleva o risco de epidemias e doenças.

Um avião militar americano chegou ontem a Sichuan carregados de alimentos, água, cobertores e equipamentos de apoio aos sobreviventes, como geradores elétricos. Foi a primeira equipe de Forças Armadas estrangeiras que as autoridades chinesas autorizaram a entrar no país desde o terremoto.

O presidente da China, Hu Jintao, agradeceu ontem a ajuda dos outros países. “Em nome do Comitê Central do Partido Comunista da China, do Conselho de Estado e da Comissão Militar Central eu expresso profundo agradecimento aos governos estrangeiros e amigos internacionais que contribuíram para os trabalhos de socorro”, declarou.

Mais de 200 especialistas em resgate do Japão, da Rússia, da Coréia do Sul e de Cingapura participam desde sexta-feira da busca por sobreviventes.

A tragédia acabou aplacando a crescente tensão entre a China e o exterior, que se havia verificado ao longo do percurso mundial da Tocha Olímpica - marcado por manifestações contrárias à política do governo de Pequim em relação ao Tibete.

As doações domésticas e internacionais para as vítimas do terremoto alcançaram ontem US$ 1,3 bilhão. Até agora, o governo chinês já gastou US$ 5 bilhões nas operações de resgate.

Além dos tremores secundários, a população de certas áreas atingidas pelo terremoto teve de enfrentar chuvas e ameaças de inundação. No sábado, 30 mil pessoas foram obrigadas a abandonar às pressas dez vilas rurais próximas do epicentro do terremoto para fugir do risco de inundação do local. Deslizamentos de terra provocados pelo abalo interromperam o curso de um rio no distrito de Qingchuan, criando duas represas que começaram a transbordar.

Fonte: O Estado de S.Paulo - 19 MAI 08

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