Primeiramente, a SEP definiu hub port, de acordo com o conceito atual: refere-se à movimentação de contêineres com navios pós-panamax, que têm capacidade superior a 6.000 TEUs e fazem poucas ou nenhuma escala (ponto a ponto). Esse tipo de navio também exige alta produtividade nas operações portuárias para minimizar o tempo de estadia. “Também pressupõe o uso da navegação de cabotagem ou fluvial para atender os chamados portos alimentadores (feeder ports). Assim, um bom acesso marítimo e altos índices de produtividade são as características mais importantes para um hub port".
A SEP cita o exemplo da Ásia, que tem diversos terminais cuja média de movimentação por berço é superior a um milhão de TEUs por ano. “No Brasil ainda não atingimos 400 mil TEUs por berço. Este projeto deverá contemplar também, necessariamente numa primeira etapa, o controle eletrônico por DEI (Dispositivo Eletrônico Inteligente), dos acessos ao Porto e, em uma segunda etapa, a construção e expansão do Porto na área intitulada Barnabé-Bagres, com grande potencial logístico”, explica Andrezza Barros, assessora de imprensa da Secretaria.
Entre os critérios que a SEP destaca para apontar o Porto de Santos como o porto concentrador do País e não outros portos nacionais, como o de Sepetiba ou Rio Grande, está o fato de a hinterlândia do Porto de Santos abranger o coração industrial do Brasil, onde há maior concentração de mercado para a carga contêinerizada, seja de exportação ou importação. No ano de 2006, a movimentação de carga geral em Santos, puxada pela movimentação de contêineres, ultrapassou os granéis sólidos em termos de tonelagem, o que demonstra claramente a vocação do Porto para este tipo de carga. A infra-estrutura de acesso terrestre, apesar de ainda ter gargalos localizados, conta com o excelente Sistema Anchieta-Imigrantes. Com a conclusão do Rodoanel e o início da construção do Ferroanel, aliadas a obras de melhorias no acesso rodoviário ao Porto e na descida ferroviária na Serra, os acessos terrestres não restringirão o crescimento do Porto.
No entanto, a Secretaria Especial de Portos tem claro que o mercado sempre mira a eficiência através do crescimento de escala, e quando se compara Santos a outros portos, principalmente aos asiáticos, verifica-se que estamos ainda no início de um longo caminho de crescimento.
Ter um porto concentrador ajudará o comércio exterior do País, pois qualquer redução de custos logísticos aumentará o poder competitivo dos produtos brasileiros no exterior. “Potencializando-se a vinda de grandes navios e aumentando-se o volume de cargas, aumenta-se a consignação por navio e, conseqüentemente, o frete marítimo é reduzido, facilitando o comércio exterior”, explica a assessoria da SEP.
A Secretaria Especial de Portos destaca que existem basicamente dois tipos de hub port: aqueles sem hinterlândia significativa, mas localizados em entroncamentos de vias marítimas de tráfego intenso como Freeport (Bahamas), Tanjung Pelepas (Malásia), Gioia Tauro e Malta (Mar Mediterrâneo); e aqueles com hinterlândia industrial com características similares ao Porto de Santos, tais como os de Xangai e Shezen na China (de 22 e 18 milhões de TEUs ano em 2006). Não é por acaso que o maior hub port do mundo, o de Singapura (450 milhões de toneladas de movimento geral e 25 milhões de TEUs em 2006), possui essas duas características.
Ministro na Europa
O ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, está em visita a Europa. Desde o dia 10 último, Brito está em Hamburgo, na Alemanha, chefiando uma missão de empresários de diversos setores, principalmente operadores portuários, para participar da Loteinamerika-Tag, evento que reunirá até o dia 15, empresários e representantes do governo alemão. Na ocasião, o ministro mostrará as razões que levaram o presidente Luis Inácio Lula da Silva a criar a Secretaria Especial de Portos, na perspectiva de oferecer uma maior celeridade aos principais projetos de infra-estrutura portuária programados para os portos brasileiros e diminuir o chamado ‘custo Brasil’.
O ministro retorna no dia 20 próximo ao País. O secretário-adjunto José Roberto Serra, durante a ausência de Pedro Brito, vem respondendo pela SEP.
Fonte: PortoGente - 16 OUT 07