Segunda, 03 Fevereiro 2025

Monsanto e Dow pesquisarão produtos transgênicos; no Brasil, elas dominam 50% do mercado. Mais uma movimentação no mercado de sementes transgênicas de milho. A Dow Chemical e a Monsanto anunciaram parceria para criação de uma nova geração de sementes de milho geneticamente modificado. Apesar de ser uma parceria tecnoló-gica, o mercado entende a aproximação como mais um passo rumo ao aumento da concentração nesse mercado. A Dow Chemical tem como subsidiária a Dow Agrosciences que, no Brasil, há um mês comprou a Agromen Sementes, até então, a maior empresa brasileira no segmento de milho, juntamente com a Agroeste Sementes, que também foi vendida na semana passada para a Monsanto. O mercado estima que, juntas, as duas multinacionais detenham agora mais da metade do mercado brasileiro de sementes de milho - antes das aquisições esse market share era estimado em 38%.

Essa concentração é característica do setor de insumos agrícolas e, no Brasil, no ramo de sementes começou a aumentar a partir de 1997, conforme explica Leonardo Sologuren, diretor da consultoria Céleres.

Mas há quem diga que concentração no ramo de sementes no Brasil não resulta em aumento de market share e sim, em redução. "O produtor rural não usa um único tipo de semente. Ele planta com duas ou mais variedades para diluir o risco", diz um agente do mercado que preferiu não se identificar. "Quando a Monsanto comprou a Cargill, a Agroceres e Braskalb, juntas, as quatro somavam mais de 60% dsa vendas no Brasil. Atualmente (antes da aquisição da Agroeste) a Monsanto tem 30%.

O presidente da Associação Paulista dos Produtores de Sementes e Mudas (APPS), Antônio Fernandes Antoniali, reforça que a concentração de mercado nunca é salutar mas pondera que o necessário ao Brasil é fortalecer as instituições de pesquisa nacionais para que consigam desenvolver biotecnologias para as empresas nacionais. Também concorda o presidente interino da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner. "É preocupante quando a tecnologia está nas mãos de poucas empresas, que passam a ditar preços. A solução é o Governo investir em pesquisa agropecuária como questão estratégica", diz.

Acordo
A próxima geração de sementes de milho transgênicas, oriundas do acordo de licenciamento entre Monsanto e Dow Chemical pode ser lançada comercialmente por volta de 2010. Segundo comunicado das duas companhias, a tecnologia combinará oito genes com resistência a herbicidas e insetos.

Somente a partir deste ano, iniciaram-se aprovações de eventos de milho transgênico no Brasil. Em maio, o Conselho Técnico Nacional de Biotecnologia (CTNBio) aprovou o milho tolerante ao glifosato de amônio (Liberty Link), da Bayer CropScience. Esse processo aguarda aprovação do Conselho Nacional de Biossegurança (CNB). Em agosto, foi liberado o milho Guardian, da Monsanto, resistente a insetos. Ainda estão na fila da CTNBio, eventos da Syngenta, Monsanto e da Pioneer (Dupont).

Fonte: Gazeta Mercantil - 17 SET 07

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