O Bradesco tem como meta fechar 200 novos contratos com o setor imobiliário daqui até o final do ano, ampliando para 700 o número de acordos com construtoras, incorporadoras e imobiliárias. Mesmo tendo planos mais ousados do que o resto do mercado, o Bradesco reflete um movimento bastante acelerado que ocorre entre as instituições financeiras no ano.
Os principais bancos do País aproveitam o crescimento do crédito imobiliário para ampliar suas parceiras, tanto para oferta de empréstimos ao consumidor final como para financiar as construções. O Banco do Brasil é outro exemplo de empresa deve aproveitar a boa onda.
Conforme o presidente da instituição, Antonio Francisco de Lima Neto, antecipou para o DCI, o banco entrará no crédito imobiliário para a classe média até o final do ano, e para tanto, já prevê cinco contratos de parceira com grandes construtoras.
Em linha com os concorrentes, o Santander e o Itaú consideram que a parceria com construtoras tem eficácia na medida em que traz mais vantagens ao cliente que contrata o financiamento. Apesar de ainda representar apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) - enquanto em países como o Chile esse percentual chega a pelo menos 15% - os empréstimos para a habitação crescem aceleradamente.
"Este é um mercado muito ativo, de grande capilaridade. A segmentação dentro do banco trouxe competitividade", diz Ademir Cossiello, diretor executivo do Bradesco. A carteira de crédito imobiliário do banco somou R$ 2,1 bilhões em 2006 e a expectativa para este ano é de que atinja R$ 3 bilhões.
No primeiro semestre, o banco soma R$ 1,193 bilhão, crescimento de mais de 50% na comparação com o ano passado. "Existe todo um mercado de médio porte no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador", afirmou Cossiello. O foco do banco são os financiamentos à construção.
Na opinião de José Manuel Alvarez Lopez, superintendente de crédito imobiliário do Santander, há muito espaço para crescer nesse setor. "A gente dá condições diferenciadas para esse consumidor", explica. A instituição tem parcerias com Cyrela e Rossi e está em negociação com outras incorporadoras.
"O financiamento tem de estar de acordo com o tipo de empreendimento". A carteira de crédito imobiliário do Santander somou R$ 1,5 bilhão em junho de 2007, uma alta de 164% na comparação com o mesmo período do ano passado. "O mercado está mais receptivo, dada as perspectivas econômicas".
Banco do Brasil
Apesar de ainda não contar com uma carteira de crédito imobiliário própria, o Banco do Brasil atualmente, conta apenas com a Poupex (Associação de Poupança e Empréstimo do Exército) por meio da qual, desde maio, foram concedidos R$ 91,7 milhões em crédito. A previsão é de que o banco passe a atuar com carteira própria a partir de outubro, segundo Aldemir Bendini, gerente executivo da diretoria de varejo. "A primeira abordagem para tentar avançar rapidamente nesse setor será, além da base de correntistas, cinco contratos que serão fechados com grandes construtoras em breve", explica.
Já o Itaú fechou no dia 16 de agosto parceria com a rede de imobiliárias Kauffmann para financiamento de imóveis novos e usados. Em maio, a instituição já havia assinado acordo com a Gafisa. Nesse caso, o banco financia 90% do valor do imóvel na planta, em prazos de até 25 anos, afirma Luiz Antônio França, diretor de crédito imobiliário do Itaú. Em junho de 2007, a carteira do banco fechou em R$ 2,4 bilhões, crescimento de 30,2% sobre mesmo período do ano passado. A intenção é aumentar esse valor até o final do ano, mas, segundo França, o banco não estabelece metas.
Fonte: - DCI - 13 SET 07
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