A disputa por espaços para se instalar pontos-de-venda em hipermercados está cada vez mais acirrada, devido aos custos cobrados. Enquanto o custo de ocupação dos shopping centers é de 14,69% do faturamento mensal, o das galerias é de 9,77%, segundo pesquisa da ECD Consultoria.
Entre os fatores que chamam a atenção e deixam o custo menor estão as taxas de condomínio, 40% superiores nos shoppings, além da ausência da tarifa de promoção cobrada pelos estabelecimentos e descartada nas galerias comerciais que envolvem os hipermercados. Soma-se a isso o alto fluxo de pessoas, próximo ao dos shoppings, o negócio se mostra com ótimos rendimentos, de acordo com especialistas.
O grupo Star Chicken com 18 lojas em galerias comerciais nas principais redes de supermercados, como Wal-Mart, Carrefour e Extra, das quais 17 são conjugadas com uma unidade do Rei do Mate é um dos que comemora os negócios no segmento. Célio Camargo, sócio da Star Chicken, afirma que as lojas chegam a registrar lucro 50% superior às lojas de shopping. "O custo-benefício das galerias de hipermercados é melhor", alega. A empresa tem plano de aplicar em torno de R$ 5 milhões para a abertura de mais 25 lojas nos próximos cinco anos - a maioria em supermercados.
Além destas características, João Baptista, diretor de franquias da rede Rei do Mate, aponta a vantagem do hipermercado em funcionar 30 dias por mês, oferecendo mais tempo para obter as metas de vendas. "Existe segurança e comodidade para o consumidor, como estacionamento gratuito", acrescenta. Para este ano, a empresa pretende inaugurar outras quatro unidades em hipermercados. O Rei do Mate, conta em sua rede com 227 pontos-de-venda, dos quais 33 são estabelecidos em hipermercados, divididos entre Wal-Mart, Carrefour, Extra, Makro e Mufato (PR).
Quiosques
Especializada em purificadores de água no Brasil há 23 anos e com mais de 750 pontos comerciais em shoppings, ruas e galerias comerciais, o grupo Europa consegue 30% do seu faturamento com suas 220 lojas instaladas nos principais hipermercados. O diretor de Merchandising da empresa, Moacir Scariot, estima que, apenas com a receita dos 55 pontos-de-venda distribuídos na rede Carrefour, a marca fature aproximadamente R$ 1 milhão.
Segundo Scariot, em apenas uma rede chegam a circular 300 mil pessoas por mês. Ele acrescenta que o público do mercado sai de casa disposto a comprar. Já quem vai ao shopping e circula pela rua, nem sempre tem a intenção de gastar. "Pelo próprio ambiente do supermercado a empresa consegue várias ações de marketing que não teriam o mesmo efeito em outros pontos".
O Europa investe desde a distribuição de panfletos e mensagens sobre os produtos na tela do computador dos caixas até anúncios na rádio Carrefour. "Mesmo com custo adicional para esse tipo de mídia dentro do hipermercado, compensa o investimento. Assim, conseguimos estar em vários momentos da compra do consumidor", reforça.
Hipermercados
Pelo potencial do negócio e a forte demanda, as grandes redes de hipermercados comemoram o incremento das lojas nas galerias comerciais de suas redes. "Quanto mais serviços agregados, melhor para a visibilidade e para o rendimento do supermercado", atesta Fábio Eda, gerente de Galerias Comerciais do Wal-Mart, que pretende ampliar a área locável em lojas.
Já o diretor de galeria e imóveis do Pão de Açúcar, Edson Emygdio, explica que "as lojas geram um fluxo e uma atratividade maior à unidade, acrescentando uma renda complementar". Os espaços disponíveis dependem do tamanho da unidade do hiper ou supermercado, mas quando são reduzidos a prioridade é voltada às atividades de serviços. Atualmente, o Grupo Pão de Açúcar tem 3.000 contratos fechados com lojas em suas dependências.
Analisando o momento e a valorização dos espaços, as redes de supermercados já proporcionam taxas de aluguel maiores para os lojistas. "Como a procura nos espaços é crescente e com o sucesso destes, os aluguéis também estão valorizados", avalia Eda.
Clima
Por fatores como segurança e praticidade, mas principalmente condições climáticas desfavoráveis, o Rio Grande do Sul é o estado em que os super e hipermercados têm maior penetração entre a população. A informação é de Antonio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados. Segundo ele, 99% dos gaúchos vão pelo menos uma vez ao supermercado no período de um semestre. "O alto fluxo proporciona bom cenário para o crescimento das galerias, que buscam atender as necessidades do consumidor e legitimam a tendência de que as pessoas cada vez mais concentram as compras em um mesmo lugar."
De acordo com Longo, os supermercadistas acabam atraindo, por conta dos produtos e serviços oferecidos pelas galerias, de 5% a 10% mais clientes. "É o que mais influencia no faturamento dos estabelecimentos, já que o espaço é apenas alugado, não havendo participação na receita dos mercados", explica, indicando as locadoras de vídeo e farmácia como os carros-chefes das galerias no Rio Grande do Sul. Em estabelecimentos menores, no entanto, serviços diferenciados como chaveiro, farmácia, lavanderia e outros, acabam partindo da própria empresa, pois o movimento menos numeroso torna onerosa a operação.
Fonte - DCI - 06 SET 2007
Loja dentro de supermercado dá retorno maior
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