Apesar de considerarem que não existe um ambiente 100% seguro no mercado de capitais, alguns analistas estrangeiros avaliam que o uso de derivativos (ativos que derivam de outros ativos) cada vez mais sofisticados é a melhor saída para o mercado munir-se de proteção contra oscilações futuras. Essa foi a opinião unânime de Prêmios Nobel em economia e especialistas durante o 3º Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), na sexta-feira passada. De acordo com informações da BM&F, principal reduto do mercado de derivativos nacional, o número de contratos negociados no mês de julho apresentou crescimento de 81% de 2006 para 2007, passando de 21,24 milhões para 38,45 milhões.
A ampliação desse setor no Brasil poderá vir também através de parcerias entre as Bolsas de Londres e a BM&F, principal reduto do mercado de derivativos nacional, segundo projeções do prefeito do centro financeiro de Londres, sir John Stuttard.
Ele diz que há grande interesse do Reino Unido de que essa parceria ocorra, o que poderia ampliar ainda mais o número de negócios da BM&F, como os mercados futuros de juro (DI), dólar e Ibovespa. "Um exemplo do potencial de expansão é que o Brasil representa apenas 6% do mecanismo de desenvolvimento limpo do mundo, enquanto Londres tem mais de 50%", diz. Stuttard acredita que essa parceria poderá aumentar a porcentagem brasileira. "A maior parte dos títulos ligados à emissão de carbono são operados em Londres", analisa.
Segundo os especialistas, a expansão desse setor no Brasil nos últimos anos é um dos motivos da rápida recuperação apresentada pela economia durante o período de crise originada no setor hipotecário norte-americano. "Não existe, no entanto, uma saída simples para se diminuir os riscos de evento de crédito , mas uma boa alternativa é o maior uso de instrumentos derivativos para proteção", afirma Kenneth Singleton, professor de finanças da Universidade Stanford.
Ele explica que durante os períodos de crise, há migração de títulos mais líquidos para títulos menos líquidos, como os de renda fixa, mas esse quadro tende a se reinverter à medida que a crise passa. Segundo o analista, durante essas oscilações pode-se utilizar instrumentos derivativos que garantem preços futuros, ou mesmo realizando troca de indexadores. "Países como o Brasil e a Rússia poderão apresentar riscos menores no futuro, pois registram uma queda muito grande de seus spreads nos últimos anos", diz. No caso do Brasil essa queda, para ele, é decorrente em parte pela redução do risco político e estabilidade da inflação.
Singleton diz que os países que possuem títulos com maior liquidez tendem a correr mais riscos em períodos de turbulência. A preocupação agora, diz, é como ficará a demanda de liquidez externa, que pode ter um reajuste para baixo. "Caso esse reajuste ocorra, países emergentes como o Brasil poderão apoiar-se no fato dos investimentos externos estarem mais atentos aos países de forma individual".
Para Robert Merton, professor da Harvard Business Schooll e Prêmio Nobel de Economia em 1997, a decomposição dos derivativos de crédito seria uma possibilidade de inovação e sofisticação desses instrumentos. "Quando se examina o patrimônio dos investidores para se fazer a análise de risco, é preciso analisar também o capital humano, pois eles embutem riscos variados que precisam ser levados em conta. Essa poderia ser uma mudança". Ele explica que a quantidade de patrimônio não é uma estatística suficiente para o crédito, pois é preciso saber qual o potencial de rendimento desse patrimônio. "É preciso saber quais são os ativos e quais são os passivos para se ter uma meta", diz. "Hoje em dia temos muito mais informações para movermos o risco", completa.
Fonte: DCI - 27 AGO 07
A ampliação desse setor no Brasil poderá vir também através de parcerias entre as Bolsas de Londres e a BM&F, principal reduto do mercado de derivativos nacional, segundo projeções do prefeito do centro financeiro de Londres, sir John Stuttard.
Ele diz que há grande interesse do Reino Unido de que essa parceria ocorra, o que poderia ampliar ainda mais o número de negócios da BM&F, como os mercados futuros de juro (DI), dólar e Ibovespa. "Um exemplo do potencial de expansão é que o Brasil representa apenas 6% do mecanismo de desenvolvimento limpo do mundo, enquanto Londres tem mais de 50%", diz. Stuttard acredita que essa parceria poderá aumentar a porcentagem brasileira. "A maior parte dos títulos ligados à emissão de carbono são operados em Londres", analisa.
Segundo os especialistas, a expansão desse setor no Brasil nos últimos anos é um dos motivos da rápida recuperação apresentada pela economia durante o período de crise originada no setor hipotecário norte-americano. "Não existe, no entanto, uma saída simples para se diminuir os riscos de evento de crédito , mas uma boa alternativa é o maior uso de instrumentos derivativos para proteção", afirma Kenneth Singleton, professor de finanças da Universidade Stanford.
Ele explica que durante os períodos de crise, há migração de títulos mais líquidos para títulos menos líquidos, como os de renda fixa, mas esse quadro tende a se reinverter à medida que a crise passa. Segundo o analista, durante essas oscilações pode-se utilizar instrumentos derivativos que garantem preços futuros, ou mesmo realizando troca de indexadores. "Países como o Brasil e a Rússia poderão apresentar riscos menores no futuro, pois registram uma queda muito grande de seus spreads nos últimos anos", diz. No caso do Brasil essa queda, para ele, é decorrente em parte pela redução do risco político e estabilidade da inflação.
Singleton diz que os países que possuem títulos com maior liquidez tendem a correr mais riscos em períodos de turbulência. A preocupação agora, diz, é como ficará a demanda de liquidez externa, que pode ter um reajuste para baixo. "Caso esse reajuste ocorra, países emergentes como o Brasil poderão apoiar-se no fato dos investimentos externos estarem mais atentos aos países de forma individual".
Para Robert Merton, professor da Harvard Business Schooll e Prêmio Nobel de Economia em 1997, a decomposição dos derivativos de crédito seria uma possibilidade de inovação e sofisticação desses instrumentos. "Quando se examina o patrimônio dos investidores para se fazer a análise de risco, é preciso analisar também o capital humano, pois eles embutem riscos variados que precisam ser levados em conta. Essa poderia ser uma mudança". Ele explica que a quantidade de patrimônio não é uma estatística suficiente para o crédito, pois é preciso saber qual o potencial de rendimento desse patrimônio. "É preciso saber quais são os ativos e quais são os passivos para se ter uma meta", diz. "Hoje em dia temos muito mais informações para movermos o risco", completa.
Fonte: DCI - 27 AGO 07