Terça, 04 Fevereiro 2025
O deputado Mauro Bragato, líder do PSDB na Assembléia Legislativa de São Paulo não resistiu. Menos de um mês depois que o seu nome foi vinculado à denúncias de irregularidades no Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), ele confirmou sua saída da liderança do partido. Nos bastidores, a renúncia de Bragato é vista como a melhor alternativa para evitar o agravamento de uma crise.

Para o líder do PT, Simão Pedro, a "manobra" dos tucanos não arrefece a luta dos petistas para instalar a CPI do CDHU. "Se eles esperam que o recesso e a saída do Bragato da liderança esfriem os animos, estão enganados. O assunto continua na pauta e acompanhado pela opinião pública", disse o petista.

A decisão de se licenciar da função de líder da bancada do PSDB na Assembléia, segundo nota emitida pela assessoria de Bragato "é fruto da coerência que sempre pautou sua vida pública e do respeito que ele tem pelo Parlamento". "Trata-se de uma questão ética que contribui para a transparência dos procedimentos na apuração de fatos relacionados a qualquer parlamentar desta Casa", diz a nota.

Sobre as investigações, Bragato disse acreditar na justiça e ter certeza que "após esse procedimento, a verdade será plenamente restabelecida".

"A decisão mostra prudência e isenção por parte do deputado Mauro Bragato. É uma atitude nobre que deveria ser seguida pelo presidente do Senado Renan Calheiros", afirmou o deputado Orlando Morando. "Ele fez isso num gesto para preservar a liderança e liderados", completou.

Para outro tucano, deputado Celino Cardoso, não haveria necessidade de Bragato deixar a liderança. "Sei da índole e do caráter dele, por isso acho que não deveria sair", afirmou o deputado. Em viagem, Celino afirmou que não estava a par do assunto.

Para ocupar a vaga de líder, Bragato indicou a deputada Maria Lúcia Amary, hoje é vice-líder dos tucanos.

A nota de Bragato garante que o deputado não vê problema em apuração por parte do Ministério Público ou da Justiça, "pois não tem e nunca teve nenhuma ligação com qualquer irregularidade. Até porque tem quase 30 anos de vida pública, sempre pautada pela transparência e respeito pela coisa pública. Leva uma vida modesta e austera". A declaração de bens apresentada por Bragato para a candidatura no Tribunal Superior Eleitoral em 2006 informa que ele possui patrimônio de R$ 6.640 (conta no Banco Nossa Caixa, saldo de R$ 5.540.00; no Banco Santander Banespa, saldo de R$ 1.000.00; um linha telefônica e telefone móvel), o menor declarado por um deputado estadual de São Paulo.

Para a apuração dos fatos e transparência, o tucano autorizou a quebra de seus sigilos bancário e fiscal; assinou o pedido de instalação de uma CPI que apure fatos ocorridos na esfera administrativa da CDHU; e diz que tomará todas as medidas judiciais cabíveis, interpelando judicialmente, civil e criminalmente qualquer pessoa para que responda em juízo por falsas declarações; por uma questão de consciência, abriu mão, anos atrás, da sua aposentadoria parlamentar.

A representação que solicitava a apuração de denúncias contra o deputado Mauro Bragato encaminhada para a Comissão de Ética da Assembléia acabou devolvida à Mesa Diretora para que esta encaminhe o processo aos outros órgãos do Estado, como Ministério Público e Tribunal de Justiça que apuram as mesmas denúncias. O presidente da Comissão, deputado Hamilton Pereira (PT), havia apresentado uma proposta de criar uma subcomissão para examinar os documentos relacionados ao caso, buscar informações investigadas pelo Ministério Público e autoridades policiais e por fim ouvir Bragato, no entanto prevaleceu a proposta de retornar a denuncia à Mesa. "No Conselho nosso espaço é restrito", contou Simão Pedro.

Quebra de braço

A novela em torno das CPIs na Assembléia continua. A oposição acusa os tucanos de manobrarem e colocarem obstáculos para a instalação da CPI da CDHU. Simão Pedro afirmou que recorreria ao Supremo Tribunal Federal se Vaz de Lima, presidente da Casa, seguisse a ordem cronológica para a instalação das comissões. "Não vamos permitir que a CPI da CDHU fique de fora das cinco primeiras", diz o petista.

O deputado Mauro Bragato, líder do PSDB na Assembléia Legislativa de São Paulo, confirmou sua saída do posto. Há menos de um mês, seu nome foi vinculado a denúncias de irregularidades na CDHU.

Fonte: DCI - 20 JUL 07
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