A forte demanda por chapas grossas no mercado doméstico no início deste ano, aliada ao alto preço praticado localmente, pode fazer com que a Transpetro, subsidiária logística da Petrobras, vá buscar no exterior o aço utilizado para a construção dos 26 navios da primeira etapa do Programa de Modernização e Expansão de sua frota. Ainda não há nenhum contrato assinado entre os estaleiros e os fornecedores, e não há previsão de quando o impasse possa ser resolvido. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, admite que poderá buscar o produto no mercado externo. E o estaleiro Atlântico Sul, localizado em Suape (PE) e responsável pela construção de dez navios, afirma que os contratos estão em fase de negociação.
A prioridade é a compra de aço no mercado interno, mas o estaleiro admite a compra no exterior, caso haja preços mais atrativos ou dificuldades de fornecimento local.
Fornecedora da matéria-prima para os navios da Transpetro, a Usiminas procura mostrar tranqüilidade em relação ao assunto. “Há apenas dois fornecedores de chapa grossa no Brasil: a Usiminas e a Cosipa. Portanto, as encomendas ficarão com o Sistema Usiminas. São negociações longas, mas deveremos sair com sucesso. Não há preocupação”, afirmou recentemente Rinaldo Campos Soares, presidente da siderúrgica mineira.
Entraves
No entanto, o fornecimento de chapas grossas para a Transpetro esbarra em dois entraves. O primeiro é o preço. De acordo com a Steel Business Briefing (SBB), agência de notícias especializada no setor siderúrgico, o preço médio da chapa grossa praticado em março no mercado nacional ficou entre US$ 910 e US$ 920 a tonelada.
Fontes do mercado afirmam que conseguem encomendar o mesmo tipo de aço na China por US$ 750 a tonelada. Somando os custos de frete e as tarifas de importação, o aço chega ao