Responsáveis por grande parte do volume de investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as estatais estão caminhando a passos lentos quando o assunto é liberação de recursos. De acordo com levantamento do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), as empresas do governo investiram R$ 4,5 bilhões no primeiro bimestre de 2007. O valor corresponde a 9,1% do montante total de investimentos previstos para o ano. “Se os investimentos não forem intensificados nos próximos meses, a execução ficará abaixo do previsto. Isso porque os investimentos globais das estatais nos dois primeiros meses do ano ficaram pouco acima da metade da expectativa para o período, que era de R$ 8 bilhões. O desempenho esperado pelo governo corresponde a 16,7%, ou seja, 2/12 do total, coeficiente este considerado ideal, em se tratando do primeiro bimestre de 2007”, enfatizou a ONG Contas Abertas em estudo sobre as estatais. Até o fim deste ano, espera-se que as estatais federais invistam R$ 49,7 bilhões. O levantamento engloba os investimentos feitos pelas 70 empresas estatais brasileiras, sendo 61 delas ligadas ao setor produtivo e nove ao financeiro.
Do total de empresas administradas pelo governo, a maior parte está ligada aos Grupos Petrobras e Eletrobrás.
O documento mostra que, das 70 empresas estatais que tiveram orçamento aprovado para investir este ano, apenas cinco superaram o coeficiente. São elas a Central de Abastecimento de Minas Gerais S.A. (CeasaMinas), a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), o Banco de Santa Catarina (Besc), a Transportadora Capixaba de Gás (TCG) e a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel). Outras sete, entre as quais Furnas e Petrobras, apresentaram no primeiro bimestre desempenho superior à média geral de 9,1%.
Um dos motivos alegados pelo governo para a baixa execução do orçamento das estatais foi a demora na sanção do orçamento deste ano. “O orçamento só foi sancionado em meados de fevereiro. Isso atrasa o cronograma de liberação”, argumentou a equipe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
“Estamos acompanhando os números das estatais e consideramos normal a baixa execução no começo do ano. A tendência é de que o fluxo aumente no decorrer dos meses”, explicou o Ministério do Planejamento, por intermédio de sua assessoria de imprensa.
Esta também é a expectativa dos economistas do Contas Abertas. “Com o anúncio do PAC os investimentos das estatais devem decolar até o fim do ano, no intuito de dar uma guinada na
economia brasileira. Ao menos é o que espera o poder público”, afirmou Gil Castello Branco, economista da ONG. Esta também é a expectativa dos economistas do Contas Abertas. “Com o anúncio do PAC os investimentos das estatais devem decolar até o fim do ano, no intuito de dar uma guinada na