Quarta, 05 Fevereiro 2025

A explosão na produção de cana-de-açúcar, puxada pelo álcool, e a melhora dos preços da soja, que vão ajudar o País a registrar safra recorde neste ano, além do crescimento no setor de minérios, inflaram o mercado de caminhões e máquinas agrícolas. Há fila de espera de até seis meses em veículos para o transporte desses produtos.

A Iveco decidiu criar um segundo turno de trabalho para dar conta das encomendas. A companhia abriu 60 novos empregos na fábrica de Sete Lagoas (MG) e adotou o segundo turno de trabalho na linha de veículos pesados. A produção passou de 10 para 15 unidades diárias. ’’Ainda não é suficiente para atender à alta demanda’’, diz Luigi Vicarioli, diretor comercial da montadora na América Latina. ’’Estudamos maneiras de aumentar ainda mais a produção.’’

No primeiro trimestre, as vendas de caminhões pesados da Iveco aumentaram 49% em relação ao mesmo período de 2006, para 349 unidades.

A Scania pede seis meses para entrega de caminhões de transporte de cana, soja e minérios. O normal seriam três meses, diz o diretor de compras Magnus Boman. Segundo ele, há dificuldades em adquirir algumas peças, parte delas importadas, pois o mercado internacional também está aquecido.

No primeiro trimestre, foram vendidos 20,8 mil caminhões de todas as marcas no País, 19,4% a mais ante igual período do ano passado. Os modelos pesados e semipesados, próprios para o transporte de cana, soja e minérios tiveram vendas 43,4% maiores que em 2006, com 5,8 mil unidades. No ano passado, o mercado interno consumiu 76,2 mil caminhões, 5,1% a menos que em 2005, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Na linha Ford, há espera para veículos usados no transporte de cana e grãos e na construção civil. Para alguns modelos é preciso aguardar 60 dias. Em épocas de menor demanda, o prazo máximo é de 20 dias.

Em fevereiro, a Ford mais que dobrou a produção diária de modelos pesados, mas ainda há fila. ’’A demanda está muito acima do que prevíamos’’, diz Flavio Padovan, diretor da Ford Caminhões na América do Sul. As vendas da marca cresceram 44,6% este ano.

Outra medida adotada pela Ford foi a inauguração, no fim de março, do Mod Center, uma unidade especial para customizar os caminhões de acordo com as necessidades do cliente. Antes, o serviço era feito fora da fábrica de São Bernardo (SP) e levava mais tempo para ser concluído. Agora, em parceria com a Randon, o centro de modificações está ao lado da linha de montagem, o que deixa mais ágil a operação.

AGENDAMENTO

A Vocal, maior revenda da Volvo no País, agenda para julho e agosto pedidos feitos agora. De acordo com o diretor superintendente Cláudio Zattar, as vendas registram forte alta desde janeiro, principalmente para os segmentos agrícola, de mineração e cargas frigorificadas.

’’Não há um setor dominante, o que mostra que a economia está tomando um rumo consistente’’, afirma Zattar. A previsão da Vocal, que registrou faturamento de R$ 385 milhões em 2006, é alcançar receita de R$ 470 milhões, um salto de 22%.

As duas unidades da revenda Volkswagen Apta em Santos e São Bernardo registraram recorde de vendas em março, com 190 caminhões. ’’Não vendemos mais porque não havia produto disponível’’, diz o gerente comercial Antonio Pascoal Parames. Segundo ele, a entrega de três pedidos de frotistas, num total de 63 caminhões, que deveria ter ocorrido em março foi adiada para este mês.

A safra de grãos esperada para o ano é de 130 milhões de toneladas e a de cana de 505 milhões de toneladas, ambas recorde.

As vendas de implementos rodoviários (reboques, caçambas e carrocerias) também acompanham o aumento da demanda por caminhões e devem crescer 10% este ano, estima o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, Rafael Wolf Campos. Em 2006, foram vendidos 75 mil equipamentos.

Já os negócios com máquinas agrícolas aumentaram 24,3% de janeiro a março, para 7,2 mil unidades, segundo a Anfavea. Em todo o ano passado, o setor cresceu 10%. ’’Não temos espera porque fazemos vendas programadas’’, diz Mário Fioretti, diretor da Agco. Colheitadeiras para grãos é a principal demanda, informa Gilberto Zago, da John Deere. Esse segmento cresceu 57,5% no primeiro trimestre, com vendas de 622 unidades.

Fonte:  O Estado de S.Paulo - 13 ABR 07

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

topo oms2

Deixe sua opinião! Comente!