Quarta, 05 Fevereiro 2025
A Transpetro vai encomendar um navio para etanol e mais duas embarcações para transporte de petróleo destinadas à exportação. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da empresa, Sergio Machado. Os dois petroleiros são avaliados em US$ 130 milhões cada e farão parte do programa de renovação de frota da empresa, que até então contemplava 42 unidades. Destas, 26 já foram licitadas e deverão ser lançadas ao mar entre 2009 e 2011. A licitação das 18 restantes, incluindo as duas recém-incorporadas ao programa, ainda não tem data definida. O navio de etanol viria em uma terceira etapa.

“Nós somos a Arábia Saudita dos combustíveis renováveis. Se o Brasil quer ser um grande player no mercado de etanol, precisará de navios para transportar o combustível”, disse Machado. Segundo ele, a embarcação será um modelo Panamax, com capacidade de 75 mil toneladas. Os dois navios petroleiros para exportação, os chamados VLCC, terão 320 mil toneladas de capacidade cada.

Machado participou ontem, no Rio, da assinatura dos contratos entre a Transpetro e o consórcio Rio Naval, encarregado de construir 9 dos primeiros 26 navios. É o segundo lote das encomendas feitas pela estatal, avaliado em US$ 866 milhões. O primeiro ficou a cargo do consórcio Atlântico Sul (PE). Segungo Renato Abreu, presidente do grupo MPE, que tem 90% do consórcio, o primeiro dos 9 navios será entregue em 29 meses. Os demais a cada quatro meses.

Os navios serão construídos no estaleiro Sermetal, sócio do consórcio com 10%. Abreu disse que será necessário investir US$ 18 milhões para adaptar o estaleiro às exigências de fabricação das embarcações. Desde 1996, quando foi entregue o último navio feito no Brasil, o Sermetal só fez reparos. A revitalização dos estaleiros foi uma das principais bandeiras de campanha do presidente Lula, que ontem voltou a insistir na recuperação da indústria naval nacional.

A meta de ampliar o conteúdo nacional dos navios tem exigido esforço de negociação da Transpetro, que passou a liderar as conversas com as siderúrgicas numa tentativa de baixar o preço do aço. Mas Machado admitiu que pode comprar o produto fora no Brasil, caso o preço nacional não seja competitivo.

Os 9 navios serão financiados pelo BNDES. No período de construção, o banco financiará 82% do valor das embarcações — 46% para o estaleiro e 36% para a Transpetro. O restante virá de recursos próprios do estaleiro (8%) e da estatal (10%). Na 2ª fase, com 90% das encomendas financiados, o financiamento será transferido à Transpetro.
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