O presidente do Grupo Farias, Eduardo Farias, conta que a parceria com os asiáticos vem sendo negociada há pouco mais de um ano. “Nossa idéia inicial era implantar uma só unidade, mas como será difícil encontrar uma área com capacidade para toda a produção pretendida, estamos avaliando a complementação. A Usina Pedroza (município de Cortês, na Mata Sul) que esmaga uma média de 1 milhão de toneladas de cana-de-açúcar poderá ser uma alternativa, em função da logística privilegiada de Pernambuco”, adianta.
Um dos motivos para a escolha do Maranhão, foi as condições de infra-estrutura do Porto de Itaqui, que possui umas das maiores profundidades de calado do Brasil. O Estado também lançou, no ano passado, seu Programa Sucroalcooleiro, com perspectiva de atrair 20 usinas voltadas para a produção de álcool.
Eduardo Farias acredita que, fechado o negócio com os chineses, a usina do Maranhão poderá entrar em operação num período de quatro a cinco anos. “A demora está na parte agrícola, porque será necessário encontrar a área e plantar um canteiro de mudas”, explica. O empresário diz que um projeto paralelo, ainda em fase de estudos, é a viabilidade da utilização do bagaço da cana no setor de celulose.
Apontada pelo relatório sobre o aquecimento global como o segundo maior país emissor de gás carbônico do mundo, a China precisa apostar nas energias alternativas. O embaixador da China no Brasil, Chen Duqing, que esteve ontem em Pernambuco para participar do lançamento da Missão Empresarial Nordeste-China, afirma que cinco províncias chinesas estão fazendo experimentações com o etanol. “A mistura é de 15% de álcool na gasolina. A dificuldade é que temos regiões muito frias, onde a temperatura chega a -10°C, dificultando a aceleração do motor dos automóveis”, diz.
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, revela que existem quatro grupos chineses licenciados pelo governo para fabricar etanol. “Ainda não posso informar qual deles será o parceiro do Grupo Farias, mas são das províncias de Anhui, Jilin, Henan e Heliongjang”, enumera.
O negócio com os chineses é parte da estratégia do Grupo Farias de saltar das atuais 8 milhões de toneladas de cana esmagadas para 30 milhões até 2015. O grupo tem dez usinas no País (Pernambuco, Rio Grande do Norte, Goiás, São Paulo e Acre).
Fonte: Jornal do Commercio - 22 MAR 07