Parece que o gravador de voz a bordo do fatal voo 9525 da Germanwings registrou o som de alarme na cabine advertindo o copiloto Andreas Lubitz a "puxar para cima" e de "terreno" à frente. Mas isso não foi suficiente para impedir a aeronave se chocar com os Alpes Franceses.
Esses relatórios, que Lubitz aparentemente ignorou, reacendem a tese de especialistas em aviação para desenvolver e implantar complexos softwares de prevenção de choques que possam assumir o controle do avião à distância do piloto e conduzir a aeronave a uma altitude segura.
Acidente com avião da Germanwings levanta discussão sobre software de orientação de voo.
Foto: PPXD
Conforme noticiado pela rede de televisão americana CNN, essa tecnologia iria funcionar de um modo semelhante à tecnologia de prevenção de acidentes já utilizada em automóveis. Se um piloto está incapacitado ou ignora avisos sonoros, software de orientação de voo do avião poderia assumir e traçar um curso para uma atitude segura. Nos carros, estes sistemas de prevenção, por vezes, acionam os freios ou reduzem a velocidade para manter distâncias seguras de outros veículos.
A ideia não é nova. Há mais de 10 anos, após o 11 de setembro, a Airbus, fabricante da aeronave acidentada, vinha desenvolvendo tecnologia com a gigante Honeywell para prevenção de acidentes - em parte para evitar que jatos sejam direcionados para atingir grandes edifícios ou montanhas. Mas o projeto foi abandonado.
Como seria de esperar, não é uma solução aceita por unanimidade. Há muita gente do setor de aviação com opinião de que os computadores podem fazer melhor. Entretanto, sempre ocorre reação em qualquer situação onde se alivia o controle do piloto de seu avião, tanto por parte dos aviadores e mesmo a partir das companhias aéreas.
Apesar da possibilidade de ser desenvolvida tecnologia para evitar acidentes como o do voo 9565 da Germanwings, essa solução vai ser insuficiente para se sobrepor àquela ora adotada por esta companhia aérea, de adicionar mais um piloto à cabine do avião.