O nosso articulista Carlos Pimentel, em texto exemplar nesta segunda-feira (25/02), nos faz recordas passados que voltaram a rondar o Porto de Santos. Lembra ele que nos anos 1960 e 1970, por qualquer ameaça de chuva, os porões dos navios precisavam ser fechados ou cobertos para não estragar a carga. Hoje, em pleno século XXI, o maior porto do Hemisfério Sul para, mas porque a estrada fechou.
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É Pimentel quem explica e questiona: “Neste final de semana, a mais moderna estrada brasileira, com pedágio talvez também o mais alto, destinado à sua conservação por uma empresa concessionária, teve de ser interditada... por causa das chuvas. Verdade que não foi coisa pequena, um mês de chuva desabou em uma hora. Mas, e todo o trabalho de conservação das encostas da Serra do Mar, no entorno da rodovia?”
Os deslizamentos nas duas vias, Anchieta e Imigrantes, além de causarem uma morte, fecharam parcial ou totalmente, “de forma que durante bom tempo milhares de pessoas ficaram impossibilitadas de transitar entre a principal capital brasileira e o principal porto marítimo nacional”.
O jornalista sabiamente destaca que “há mais de quinze anos a imprensa mancheteia o caos - que antes se formava ali só no período das safras, e agora já ocorre em qualquer época. Existem planos... e daí? A economia nacional é afetada pelo estrangulamento no acesso ao Porto, Santos vem ano após ano perdendo cargas para outros terminais...”
Com a palavra os responsáveis mais diretos: a concessionária dessas estradas, a Ecorodovias. E como diz ainda o nosso colaborador: “Pobre país, que nem depois das catástrofes se mexe para evitar que se repitam!”