A questão abordada neste pós-Natal é essa: os brasileiros há muito esperam que Noel lhes entregue ansiados presentes, sem precisar nada mais que escrever uma cartinha pedindo
Quando nos referimos a uma “árvore de Natal ‘offshore’”, é possível que só leitores familiarizados com plataformas marítimas de petróleo saibam ser esse o apelido dum complexo de equipamentos aplicado à saída de um poço petrolífero, para controlar sua vazão. A maioria se atentará ao termo inglês para imaginar a tradicional árvore numa embarcação longe da praia. Alguns pensarão nos presentes que esperavam o Papai Noel de sua infância nela deixar na madrugada do Natal...
Um Excelente 2025 a todos os leitores! / Imagem personalizada com o modelo DALL-E da OpenAI
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Bem, a questão abordada neste pós-Natal é essa: os brasileiros há muito esperam que Noel lhes entregue ansiados presentes, sem precisar nada mais que escrever uma cartinha pedindo. Não vieram neste Natal e as décadas decorridas mostram que não virão, mesmo que alguns sejam esperados há mais de um século. São “presentes ausentes” da vida dos brasileiros, porque para obtê-los é preciso algo mais: força de vontade que os faça acontecer.
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E são muitos! Começando pelo termo ‘offshore’, aplicável também a um terminal portuário situado “longe da praia”, desafogando o porto principal, tornando menos oneroso receber navios de grande porte e tranquilizando a população de que o porto não voará pelos ares com o sinistro de um navio gaseiro, levando consigo as cidades ao redor.
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Tragédias são forte contraponto em época festiva, mas acontecem agora mesmo, embora previstas muito antes, especificamente (ponte sobre o rio Tocantins), ou de forma genérica (péssimo estado das estradas).
Que manutenção é aplicada às ‘obras de arte’ rodoviárias? A mesma dada ao pavimento dessas vias, acusado pela perda de 30% da produção agrícola? E que continua no patamar de 60 anos atrás, incomparável com a evolução das estradas em todo o mundo, apesar de tantas emendas Pix e secretas? Esse é outro presente que Papai Noel nunca trará...
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Para o “presente” virar presente, é preciso vontade real de agir. Se apenas palavras resolvessem, enviariamos na cartinha ao Papai Noel a reportagem de 99 anos atrás, sobre a ligação Santos-Guarujá, acompanhada de outra, 125 anos passados, sobre um aeroporto que poderia hoje integrar a estrutura do porto santista.
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Terminemos citando a análise natalina de João Gomes Neto, no grupo de debates Portogente News, dia 23/12: "ao extinguirem em 1991 as estatais estruturantes (portos e navegação interior, dragagens, multimodalidades..), que seguiam projetos e planejamentos-piloto, cortaram as cabeças da organização que existia. De lá pra cá, cada novo que entra embrulha mais um passado, e este presente vira um embrulhão tipo elefante branco".
Bem por aí. Assim, desejamos que neste 2025 as esperanças se renovem e consigamos conquistar o que desejamos (ressaltando que portos, pontes, estradas, logística de transportes, aeroportos, não cabem no trenó mágico, nem aparecerão pendurados numa árvore natalina). Isso, teremos de realizar nós mesmos.