A nova cultura de tempo de tela, de televisão, computador, tablet e celular há muito preocupa sob a ótica da compulsão e das consequências do tempo em que se passa olhando para esse equipamento. Contrariando essa preocupção, nesta semana, um estudo baseado na pesquisa, do Instituto de Internet pela Oxford University, sugeriu que isso tem pouco efeito óbvio no bem-estar mental de adolescentes, mesmo que passasse horas olhando para as telas na hora de dormir. Fato que confronta com a tese de Walker Matthew em seu livro "Por que nós dormimos".
Essa pesquisa examinou dados de mais de 17 mil adolescentes no Reino Unido, na Irlanda e nos Estados Unidos. E a conclusão sugeriu que olhar para a tela teve pouco efeito óbvio no bem-estar mental de adolescentes, mesmo que passassem horas olhando para as telas na hora de dormir. Tal conclusão funda-se que "Nós olhamos para o bem-estar geral", diz uma das pesquisadoras. Assim como "Não encontramos uma relação entre o uso da tela digital de 30 minutos, uma hora e duas horas antes de dormir e uma diminuição no bem-estar."
Mesmo que se pretenda considerar datada a pesquisa de Oxford de 2011, é incontestável que o tempo de tela dos adolescentes e a natureza do que eles estão vendo mudaram. E também há muitas evidências de que não importa quanto tempo os adolescentes estejam olhando para as telas, eles estão encontrando material sobre questões como anorexia e autoflagelação que podem ser prejudiciais à sua saúde mental. Isto é um fato muito preocupante.
Evidente que o assunto, por sua complexidade, não está totalmente clareado. Portanto, não é possível se fazer afirmações definitivas sobre as consequências da exposição às telas. "Da mesma forma, não significa descartar haver ou não um tipo de tecnologia digital prejudicial ou muito benéfica", segundo uma pesquisadora. E ela complementa: “mais pesquisas são necessárias.” Enquanto isso, seja qual for a evidência, o impulso para regular a internet está ganhando apoiadores.