Enquanto o desemprego continua em alta em diversos segmentos, profissões voltadas para tecnologia são opção para quem quer mudar de carreira
A alta do desemprego continua no Brasil. De acordo com dados do IBGE, há cerca de 14,4 milhões pessoas sem trabalho no país. O levantamento é referente ao período de 2020/2021. Em contrapartida há profissões em ascensão que são opções para quem busca recolocação. De acordo com pesquisas feitas pelo Fórum Econômico Mundial, em 2022 devem surgir cerca 13 milhões de vagas e o motivo é o avanço tecnológico.
“Esse cenário promissor está relacionado ao crescimento digital dentro das empresas e as profissões em destaque devem estar ligadas de alguma forma à tecnologia”, é o que afirma Josney Rodrigues Lara, diretor comercial da InfoWorker Tecnologia.
Ele conta que no último ano houve um aumento de mais de 100% nas vagas para desenvolvedor e analista de Business Intelligence na InfoWorker, empresa de tecnologia que desenvolve soluções para empresas de grande porte. E essa não é apenas uma realidade exclusiva dessa desenvolvedora.
A pandemia de Coronavírus mudou a dinâmica de trabalho no mundo e as empresas estão voltando suas operações cada vez mais para a automação. É o que indica um levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). A pesquisa mostra que o mercado de TI deve gerar 420 mil novas vagas até 2024.
Josney explica que o mercado está aquecido para os profissionais voltados para a área de tecnologia e afirma que há novas funções surgindo, o que é uma janela de oportunidades para quem busca se especializar.
Principais profissões
O último relatório do Fórum Econômico Mundial, “The Future of Jobs”, apontou profissões que estarão em alta no próximo ano. O relatório destaca ainda que há consistentes indicações do aumento acelerado na demanda de profissões relacionadas à tecnologia.
Entre as profissões em destaque no mercado de TI, estão especialistas em Big Data, Data Protection Officer (DPO), especialista em Inteligência Artificial e profissionais voltados ao Direito Digital. Porém, a falta de capacitação pode dificultar o preenchimento dessas vagas. É o que indica o levantamento da Brasscom que prevê a falta de 24 mil profissionais especializados no Brasil por ano.
“Um dos pontos determinantes para profissionais que buscam atuar nessas áreas é o conhecimento”, é o que explica Mário Toews, DPO e especialista em Segurança da Informação da Datalege Consultoria Empresarial. Toews, que é instrutor do curso de capacitação para DPO, afirma que conhecer os fundamentos e legislações que envolvem a proteção de dados no ambiente corporativo é imprescindível para atuar na função, que tem como objetivo garantir o cumprimento das leis que protegem os dados pessoais dentro das organizações.
O Brasil tem hoje mais de 4,5 milhões de empresas em operação, segundo dados do IBGE. Para Toews, esse número se traduz em oportunidades de negócios e de trabalho, uma vez que todas essas empresas precisam se adequar à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, em vigor desde setembro de 2020, e poucas ainda o fizeram.
Da mesma forma, Josney comenta que segue com vagas em aberto na empresa desde 2020. “Fechamos algumas, mas ainda temos oportunidades. A procura é tão alta que muitas vezes ao fazermos uma proposta para o profissional que escolhemos, a empresa em que ele está faz uma contraproposta para mantê-lo”, explica.
Mudança de carreira
Para Gisely Almeida, desenvolvedora Júnior na InfoWorker Tecnologia, a mudança de profissão foi mais rápida do que o imaginado. Depois de 5 anos trabalhando como protética, decidiu começar uma faculdade e optou pela área tecnológica, pelo fato de ser uma área promissora e com muitos desafios. Já no primeiro semestre conseguiu estágio e em menos de um ano estava contratada.
A estudante, no entanto, ressalta que a identificação com a profissão é essencial: “Hoje minha vida profissional está muito melhor, mas também porque escolhi algo que combina comigo, adoro fuçar e aprender”.