Carreira: cinco dicas para ser um médico oncologista
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Flávio Resende
Categoria: Notícias Corporativas
O câncer é um dos maiores desafios da saúde pública. Nos últimos dez anos, a incidência da doença aumentou cerca de 20%, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. As projeções indicam que, até 2030, mais de 25 milhões de novos casos deverão ser registrados no mundo.
No Brasil, a situação também é preocupante. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima cerca de 704 mil novos diagnósticos por ano no triênio 2023-2025, pressionando o sistema de saúde e reforçando a necessidade de profissionais especializados.
A carreira de oncologista está entre as mais bem remuneradas da medicina no país, segundo informações de mercado. De acordo com o Glassdoor, os salários variam entre R$ 9mil e R$ 20mil, com uma média de R$ 12mil por mês. Os valores podem sofrer alterações conforme a instituição e a experiência profissional.
A especialização em oncologia exige enfrentar um longo período de estudos e constante atualização, além de desenvolver habilidades interpessoais para lidar com pacientes com diagnósticos delicados.
Defina uma área de atuação
Para se tornar um médico oncologista, o primeiro passo é concluir a graduação em medicina, que tem duração média de seis anos. Após essa etapa, é necessário ingressar em um programa de residência médica em clínica médica ou cirurgia geral, com duração de dois a três anos.
Só então, é possível se especializar em oncologia, o que demanda mais dois a três anos de especialização, dependendo da área escolhida. São diversas as opções de subespecialidades, como oncologia clínica, cirúrgica, pediátrica, ginecológica e radioterapia.
A pediatria oncológica é voltada para o tratamento de crianças e adolescentes com câncer, exigindo que o profissional saiba lidar com as particularidades dessa faixa etária, se adaptando às necessidades físicas, emocionais e familiares.
Já a oncologia cirúrgica se concentra em procedimentos para remoção de tumores e tecidos afetados pelo câncer, enquanto a ginecologia oncológica é voltada para o tratamento de cânceres no sistema reprodutor feminino, como o diagnóstico do câncer de colo do útero.
De acordo com o Inca, entre as áreas mais afetadas pela falta de profissionais especializados estão a anestesiologia, anatomia patológica, pronto atendimento, hematologia e hemoterapia, radiologia geral e intervencionista e medicina paliativa.
Desenvolva habilidades interpessoais
A oncologia é uma especialidade que exige o contato frequente com pacientes em condições graves e prognósticos incertos, fazendo com que a rotina do oncologista seja desafiadora e demande o desenvolvimento de habilidades interpessoais.
De acordo com a Gupy, empresa especializada em serviços de recursos humanos (RH), essas habilidades incluem características comportamentais que favorecem as relações nas empresas, como boa comunicação, proatividade, pensamento lógico, visão sistêmica e ética.
Para um médico oncologista, competências interpessoais como escuta ativa, inteligência emocional, empatia e resiliência são consideradas fundamentais para lidar com a rotina da profissão e estabelecer um vínculo de confiança com os pacientes e seus familiares, especialmente em momentos delicados.
Desenvolva uma boa comunicação
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) destaca que uma boa comunicação durante a consulta médica é fundamental para estabelecer uma relação de confiança entre o médico e o paciente, além de garantir que informações sobre o diagnóstico e as opções de tratamento sejam compreendidas.
No caso do oncologista, essa habilidade de comunicação se torna ainda mais relevante, pois o médico precisa explicar situações complexas com clareza, ao mesmo tempo em que demonstra empatia e compaixão, considerando a gravidade do câncer e as implicações do tratamento.
A SBOC alerta para frases que devem ser evitadas, como “infelizmente, tenho notícias ruins para dar” ou “se você não tivesse fumado, isso não teria acontecido”. Em vez disso, é recomendado um discurso que traga informações precisas, mas com sensibilidade, permitindo que o paciente compreenda seu quadro sem gerar sofrimento desnecessário.
Mantenha-se sempre atualizado
A medicina é uma área em constante evolução, o que exige que os profissionais precisam estar sempre atualizados. Pensando nisso, é importante que o oncologista participe de congressos, workshops e seminários para acompanhar novos protocolos e avanços terapêuticos.
O Inca é uma das autoridades nacionais que disponibilizam diretrizes para diferentes tipos de câncer, além de materiais sobre os protocolos de tratamento. Publicações científicas, como o Journal of Clinical Oncology, também são referências importantes para médicos da área.
Saiba trabalhar em equipe
Saber trabalhar em equipe é uma habilidade indispensável na área da oncologia. A complexidade do câncer exige uma abordagem integrada, envolvendo profissionais de diferentes especialidades para garantir resultados mais assertivos no seu prognóstico e uma melhor qualidade de vida ao paciente, conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
Dessa forma, uma equipe disciplinar deve reunir profissionais de áreas como enfermagem, psicologia, odontologia, nutrição, fisioterapia, medicina, serviço social e fonoaudiologia, que atuem de forma conjunta para oferecer um tratamento mais abrangente.
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