Quinta, 25 Abril 2024

Não restam dúvidas de que os hábitos de vida dos brasileiros foram alterados radicalmente com a chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus. Desde o primeiro caso registrado no Brasil, em março deste ano, muita coisa mudou na vida das pessoas, incluindo a adição de algumas ações que não são tão positivas assim.

De acordo com um estudo do Centro de Convivência É de Lei, com apoio da UNICAMP (pelo Grupo de Pesquisas em Toxicologia e do LEIPSI), cerca de 38,4% das pessoas em quarentena relataram que aumentaram o consumo de drogas que tinham antes desse período (considerando drogas legalizadas ou não). ALém disso, cerca de 34% delas relataram que diminuíram a frequência do uso, enquanto 27% mantiveram os hábitos. Ou seja, de acordo com os dados, mais ou menos um terço da população passou a usar mais substâncias, um terço passou a usar menos e um terço manteve igual.

O levantamento do estudo foi feito com aproximadamente 4 mil pessoas no Brasil inteiro, entre os dias 30 de abril e 15 de maio, e pela Internet, em formulário onde o próprio participante declarava a veracidade de suas informações.

Na época, vale relembrar, a quarentena do novo coronavírus estava entre 1 mês e meio de duração a 2 meses. Atualmente, estamos nos aproximando de completar o quinto mês em quarentena, o que provavelmente deve ter intensificado o cenário descrito pelo estudo.

Dentro do grupo de pessoas que participou da pesquisa, foi relatado que o uso de substâncias psicoativas ajudou a lidar com a carga emocional e o estresse da quarentena. Na verdade, 52,1% das pessoas que revelaram ter usado drogas (legais ou ilegais) durante o período afirmaram que elas ajudaram. Cerca de 4,2% disseram que, pelo contrário, elas foram prejudiciais e complicaram a vida, enquanto 43,7% afirmaram que as substâncias não tiveram efeito considerável nem para ajudar e nem para atrapalhar.

Para ficar mais claro, a pesquisa considera como substância psicoativa todas aquelas que têm efeito de alteração nas sensações da pessoa, no seu grau de consciência ou no estado emocional.

Por isso, entram na lista todas as substâncias de consumo e venda ilegal no país, como cocaína, metanfetamina e crack. No entanto, também entram na lista substâncias que você pode comprar no mercado a qualquer momento, como álcool, café ou chá.

Isso explica, portanto, outro dado interessante da pesquisa que pergunta se as pessoas usa as substâncias em horário de trabalho e 43% dos entrevistados responderam que sim, com 39% delas dizendo que isso é um hábito anterior à quarentena. É claro que o home office deixa mais fácil o consumo de substâncias em casa, mas é importante ter em mente que café ou chá são bastante aceitos dentro do ambiente corporativo.

Isso tudo não significa, portanto, que as pessoas precisarão de internação compulsória por causa do consumo de substâncias psicoativas durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com a análise da equipe que realizou o estudo, o público que respondeu à pesquisa é majoritariamente jovem (entre 18 e 34 anos) e não dá sinais de dependência química em níveis graves.

Há, no entanto, uma parcela que gira ao redor de 15% dos entrevistados que dá sinais de preocupação pois indicam que desenvolveram os critérios para a dependência química durante a quarentena.

De acordo com os dados, 16% das pessoas compartilhou materiais de consumo de substâncias durante a pandemia (como cigarros, cachimbos e outros), enquanto 12% afirmou que refletiu que a quarentena era um bom momento para aumentar o consumo da substância (com 21,8% preferindo não responder).

De acordo com a pesquisa, houve uma queda no uso de substâncias ilegais, mas não se registrou grandes alterações no consumo de substâncias legalizadas, como café, chá e sedativos. No entanto, o cigarro foi uma substância que teve queda de 20% no consumo, provavelmente por ser um elemento que traz complicações pulmonares, o que pode ser um item de risco por causa da Covid-19.

O consumo de álcool, no entanto, dá sinais de alerta. A bebida passou a ser mais consumida com as pessoas em casa sozinhas e 5,68% dos participantes revelaram que não bebiam antes, mas começaram agora com a quarentena.

De acordo com a Fiocruz, que soltou uma pesquisa parecida recentemente, 18% das pessoas aumentaram o consumo de álcool durante a pandemia. Uma pesquisa internacional registrou números maiores: 43% de aumento de consumo de álcool no mundo todo, com 41% no Brasil.

Existem muitas razões para que as pessoas tenham começado a beber durante a pandemia ou aumentado o consumo. As justificativas mais comuns são o tédio e o maior tempo em casa, o que são elementos que estão de acordo com o que pessoas que sofrem de dependência química também relatam. Além disso, há também o estresse e a ansiedade como fatores que podem influenciar nisso, também comuns em dependentes.

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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