Domingo, 14 Dezembro 2025

José Eduardo Lopes, diretor da empresa Fertimport, foi reconduzido ao cargo de presidente do Sindamar – Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo – em eleição realizada no dia 24 de outubro passado. A sua posse, para o triênio 2007-2009, ocorreu no dia 5 último, em Assembléia Geral Ordinária (AGO), na sede da entidade, no Centro de Santos.

 

Em solenidade simples, que não durou mais do que meia hora, Eduardo Lopes fez um discurso breve, falando em olhar para o futuro, em novos rumos para o sindicato dos agentes marítimos, em reforma administrativa da entidade e também ao grande momento da categoria, neste ano, que é a comemoração dos 40 anos de existência do Sindamar, que serão completados no dia 30 de janeiro.

 

O presidente do Sindamar não fez nenhuma crítica ou menção aos problemas vividos hoje no Porto de Santos, como a suspensão da dragagem, em seu discurso de posse, que contou com a presença do secretário municipal de Assuntos Portuários, Sérgio Aquino. Se não falou sobre os problemas na hora da posse, em entrevista concedida ao PortoGente, Eduardo Lopes se queixou que o Porto de Santos é ignorado pelos brasileiros. “A gente precisa de lideranças com visão estratégica e de futuro” para colocar o Porto de Santos na posição que merece.

 

O presidente do Sindamar lamenta o que ele definiu como “Torre de Babel” quando o assunto é discutir o Porto. Para ultrapassar essa fase, ele aconselha que os atores envolvidos tenham desprendimento, coloquem as vaidades de lado, exerçam a paciência, promovam a comunhão e pensem em soluções não a curto, mas a longo prazo. Ele mencionou que no Porto de Roterdã (Holanda), cuja administração é do município, quem não implementa as ações necessárias para o desenvolvimento do porto é demitido.

 

A diretoria é formada ainda por José Roque, 1º vice-presidente; Glen Gordon Findlay, 2º vice-presidente; Nelson N. da Rocha, 3º vice-presidente; André Luiz Lettieri, 1º tesoureiro; Orlando Casado, 2º tesoureiro; Osmar Ache, secretário; Joaquim Gomes, João Carlos Matar e Abílio dos Santos, conselheiros fiscais; Sérgio Macário Adão, Ricardo Costa e Elmer Alves Justo, suplentes da diretoria; e Claus Dieter Eichler Jr., José Eduardo Santinho e Otávio Luiz Grottone, suplentes do Conselho Fiscal.

 

Confira a opinião do presidente do Sindamar, em entrevista exclusiva ao PortoGente, sobre dragagem, Siscarga, excesso de burocracia e apagão logístico.

 

PortoGente – Em seu discurso de posse, o senhor falou em “olhar para o futuro”. Como o Sindamar olha esse futuro?

José Eduardo Lopes – O futuro eu vejo, não só para o Brasil, não só para o porto, mas também para o próprio Sindamar, brilhante. Basta um pouquinho de atenção, basta remover alguns poucos obstáculos, e vamos ter aqui em Santos a possibilidade de dobrar o movimento. Como nós vivemos do Porto, vivemos dos navios que vêm aqui para carregar ou deixar as suas cargas, então eu vejo com muito otimismo a situação futura. Basta que, repito, removamos esses poucos obstáculos que acabam emperrando. Existem dificuldades, excesso de burocracia em algumas coisas, mas aos poucos algumas coisas vão sendo acertadas. Como o Siscarga, embora o sistema, num primeiro momento, tenha assustado muito as pessoas, pela mudança de filosofia e de procedimento, à medida em que a gente vai tomando contato maior acaba chegando à conclusão que é um avanço necessário, vai trazer muitas preocupações e possibilidades de multas, mas era algo que de certa forma clamávamos.

 

PortoGente – Como presidente do Sindamar, o que o senhor classificaria como a maior dor cabeça hoje enfrentada pelos agentes marítimos?

José Eduardo Lopes – A maior dor de cabeça são essas questões de acessos ao porto, alguns aspectos da legislação. Aqui estamos muito atrasados em relação ao que existe no mundo em termos de legislação. Aqui, às vezes, temos uma “verdade” local que não considera como funcionam certas coisas no mundo. Aqui se estabelecem alguns conceitos que só servem para o Brasil, só servem para o porto de Santos, quando o mundo lida com aquela questão de uma outra forma. Então, ao meu ver, as nossas autoridades precisariam também ter um pouco de experiência internacional para ver como funcionam determinadas coisas no mundo. Afinal, vivemos num mundo globalizado.

 

PortoGente – Por exemplo?

José Eduardo Lopes – Por exemplo, vivemos agora uma discussão em relação à atuação de um agente marítimo. Um agente marítimo pode ter diferentes atuações. Então, a Alfândega de Santos, à luz do regulamento aduaneiro, só quer reconhecer um tipo de atuação de agente, que é o consignatário, desconhecendo que existe a figura de um agente protetor. Isso é uma coisa consagrada no mundo inteiro, uma coisa de 300 anos.

 

PortoGente – A possibilidade de um “apagão logístico” no Porto de Santos está dentro do rol de preocupações dos agentes marítimos?

José Eduardo Lopes – Eu não acredito em “apagão logístico” no porto de Santos porque ele é bem-servido no que diz respeito às malhas ferroviária e rodoviária e mesmona questão aquaviária. Se nós fizermos algumas poucas coisas vamos estar dando grande passo para que a gente tenha aí um crescimento exponencial do porto. De fato a gente precisa de algumas soluções. Não precisamos de muita coisa não: dragagem permanente, restabelecimento das profundidades, aprofundamento. As perimetrais são absolutamente prioritárias. O Porto de Santos, lamentavelmente, a forma como foi privatizado, acabou desordenando muito as operações. O que tem de ser feito é pensar um pouco dentro dessa, digamos, desordem estabelecida que ordem a gente pode minimamente estabelecer.

 

PortoGente – Na sua opinião, como é que se resolve a questão da dragagem, que foi de novo suspensa?

José Eduardo Lopes – Nós somos favoráveis não à privatização da dragagem, mas a participação da iniciativa privada na dragagem. Fazendo as nossas contas nós vemos o seguinte: que os valores arrecadados anualmente são quase três ou quatro vezes o que se investe em dragagem. Se nós tivéssemos a participação da iniciativa privada, o poder público poderia continuar fazendo as licitações, os contratos, o licenciamento ambiental, mas precisaria ter a iniciativa privada junto para assegurar que o que é arrecadado é investido em dragagem. E, eventualmente, até nós tivéssemos até um barateamento das operações. Porque existe um excesso de arrecadação destinada à dragagem.

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