Quarta, 15 Mai 2024

Reverenciar a figura do engenheiro José de Menezes Berenguer, no mês de aniversário do Porto de Santos, inspira a reflexão sobre um rico e memorável período de 50 anos a este dedicados, dos quais 26 anos como Inspetor Geral. No  mais alto cargo da Companhia Docas de Santos (CDS),  liderou  pujante desenvolvimento do maior complexo portuário do Hemisfério Sul.

 

Sua trajetória profissional e pessoal está associada de modo indissolúvel à vida do porto entre as décadas de 1930 e 1980. Homem de hábitos simples, Berenguer fez da direção do Porto de Santos um sacerdócio, com paixão, ética, dinamismo, competência e profissionalismo. Comandou com esmero a empresa em históricos e convulsivos momentos de agitadas greves e da ocupação militar no tempo da ditadura. O seu semblante sério e austero encobria uma pessoa humana e sensível, como pode constatar todo aquele que  desfrutou do seu convívio.


O projeto governamental de transição da concessão da CDS para a CODESP, se consultasse os interesses nacionais, teria mantido Dr. Berenguer  num alto conselho do Porto de Santos, em vez de isolar sem função, aguardando a aposentadoria, uma longa e devotada experiência numa sala de diminutas dimensões. São atitudes dessa estreiteza que explicam a dificuldade que o nosso porto vem encontrando para enfrentar situações adversas e que refletem na qualidade social e econômica do País. Atitudes governamentais dissociadas do real interesse do porto. Aliás, este sim o único balizador da atuação dedicada do Dr. Berenguer.


A qualidade da organização e do planejamento que prevalecia na administração do porto sob sua condução abrangia todos os escalões da companhia. Na expressão “família docas”, tão usada pelos empregados da empresa de, então, está a exata dimensão da atmosfera que pairava no ambiente de trabalho naquela época.      

 

Fora outro o nível de reconhecimento de nossa gente, Dr. Berenguer teria sido melhor lembrado e considerado. Fruto da injustiça e ingratidão alimentadas pela falta de visão, seus derradeiros dias foram de total esquecimento por parte dos neo-poderosos, mas nunca da sua "família docas".  

 

Fazer da memória do antigo Inspetor Geral uma referência para premiar uma personalidade que tanto contribuiu para o desenvolvimento do Porto de Santos é manter viva a gloriosa história do porto e vislumbrar um futuro de trabalho e conquistas.

Ao lançar o Prêmio José Berenguer, o Portogente cumpre com seu papel de bem público, ao incentivar o progresso nacional e prestar serviço relevante à cultura portuária.


 

José Antonio Marques Almeida (JAMA) é engenheiro civil, pós-graduado em administração portuária e
editor do Portogente.




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