Estimativas da indústria mostram que o País começará a sair lentamente da recessão. Inflação deve fechar o ano próxima do centro da meta e o consumo das famílias provavelmente terá leve alta em relação a 2016
A economia brasileira crescerá apenas 0,5% neste ano, o que é muito pouco para o país se recuperar da pior crise da sua história, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na Economia Brasileira 2016, edição especial do Informe Conjuntural, a instituição faz o balanço de 2016 e apresenta as perspectivas para a economia e a indústria em 2017. Veja o que a indústria espera deste ano:
1. Produto Interno Bruto (PIB)
Importante termômetro da economia, o PIB é a soma de todas as riquezas produzidas por um país em um determinado período. O crescimento elevado e contínuo do PIB mostra que a economia do país está se expandindo. Mas não é isso que ocorre hoje no Brasil. Os dados oficiais só serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 7 de março. Mas tudo indica que o PIB brasileiro terá uma queda de 3,6% em 2016, o que aprofundará ainda mais a crise, pois em 2015 a retração foi de 3,8%. Para 2017, a CNI estima um crescimento de 0,5% em relação a 2016.
2. PIB industrial
É um dos componentes do PIB, que soma as riquezas produzidas pela indústria de um país em um período determinado. No Brasil, o PIB industrial fechará 2016 com uma queda de 3,9%. Será a terceira retração consecutiva da indústria. No entanto, em 2017, a CNI projeta uma expansão de 1,3% no PIB industrial frente a 2016.
3. Consumo das famílias
É outro componente do PIB. O aumento do consumo estimula a atividade na indústria, no comércio e no setor de serviços, contribuindo para a expansão da economia. O consumo das famílias brasileiras deve ter uma redução de 4,5% em 2016. Será o segundo ano consecutivo de queda no indicador. Mas a estimativa da CNI é que o consumo pare de cair em 2017 e tenha uma leve alta de 0,2% em relação a 2016.
4. Formação bruta de capital fixo
São os investimentos feitos em um país em determinado período. No Brasil, os investimentos estão caindo desde 2014. Encolheram 13,9% em 2015 e devem ter uma queda de 11,2% em 2016. Neste ano, a CNI projeta uma expansão de 2,3% frente a 2016.
5. Taxa de desemprego
Também é um termômetro importante da economia. Uma taxa de desemprego baixa indica que as empresas estão criando oportunidades de trabalho e de renda para as pessoas. No Brasil, a taxa de desemprego não para de crescer e a média anual alcançou 11,2% em 2016. Para este ano, a previsão da CNI é que a média anual da taxa suba para 12,4%.
6. Inflação
A inflação baixa é sinal de estabilidade na economia. Facilita e dá segurança para as famílias e as empresas planejarem o orçamento, calculando desde gastos diários até compras de maior valor. Em 2015, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 10,7% e ficou muito acima do limite máximo de 6,5% estabelecido pelo governo. A CNI estima que a inflação fechará 2017 em 5%, próxima do centro da meta que é de 4,5% para o ano.
7. Dívida pública
O tamanho da dívida pública é um importante indicador do equilíbrio das contas do governo e da capacidade de um país em honrar seus compromissos com credores internos e externos. No Brasil, a expansão dos gastos públicos sem o correspondente aumento das receitas tem elevado a dívida pública, que deve alcançar 76,2% do PIB neste ano, conforme a projeção da CNI. Em 2014, a dívida equivalia a 57,2% do PIB.