Cerca de 30 passageiros que estavam no cruzeiro realizado pelo navio Carnival Triumph, atingido por um incêndio em fevereiro de 2013 e que ficou dias às deriva no mar, aguardam a conclusão de processo no qual tentam obter milhões de dólares da operadora da embarcação. Eles alegam persistentes problemas médicos e mentais que, segundo os advogados dos passageiros, teriam sido causados por sua "experiência de pesadelo".
O processo, entretanto, está sendo vigorosamente negado pela sede da operadora Carnival, em Miami, nos Estados Unidos. A companhia garante que os passageiros não podem comprovar que problemas como pedras nos rins, transtorno de estresse e complicações na garganta estão ligados a condições insalubres nos dias que ficaram à deriva ou ao fogo que desativou o motor do navio.
Foto: Gerald Herbert/AP
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Dois especialistas em direito marítimo consultados pela agência internacional de notícias Associated Press afirmaram que o julgamento está definindo um importante precedente em casos de transporte de passageiros em cruzeiros marítimos, já que inicialmente o juiz responsável pelo caso determinou que a Carnaval foi negligente, simplesmente porque o fogo começou e atrapalhou a experiência dos clientes, independentemente do motivo. "Navios não devem pegar fogo no meio do mar sem motivo ", disse Robert Peltz, um advogado marítimo de Miami não envolvido no caso.
A passageira Debra Oubre, do Texas, que estava no cruzeiro, disse que já ter desfrutado de uma dúzia de cruzeiros e não se conforma em ver a companhia sem arcar com as suas responsabilidades. "Muitos de nós, se não todos nós, fomos fisicamente ou emocionalmente feridos".
Em contrapartida, alguns passageiros que estavam no Carnival Triumph são contra o processo judicial. James Ede, de Houston, testemunhou a favor da empresa e disse que a tripulação manteve a todos bem informados e houve abundância de água e outros produtos à disposição. "Fiquei até um pouco cansado de ouvir a tripulação dizendo 'como posso ajudá-lo? '".
O juiz sênior Donald Graham está tocando o caso sem um júri. A coleta de depoimentos está prevista para encerrar esta semana e Graham poderá finalmente decidir se os passageiros merecem receber por quaisquer danos possivelmente ocorridos pelo navio ter ficado à deriva.