"Não virá tanto investimento externo quanto eles (o governo) esperam", diz o professor Evaido Alves, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Não acho que haverá leilões vazios, mas a concorrência não será acirrada." "Para trazer dólares lá de fora, será preciso oferecer taxas internas de retorno maiores para os empreendimentos e aumentar a estabilidade jurídica e administrativa nos processos de concessão", díz o professor Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral. Ele acha que abaixa rentabilidade oferecida oelos empreendimentos, somada a um ambiente político desfavorável as concessões por causa das manifestações recentes, "chacoalham" o interesse do investidor externo.
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Gargalos logísticos tornam repetitivas as filas de caminhões no acesso aos portos
A pouca atratividade para o capital externo é um problema considerável, já que o governo conta com ele para financiar uma parte considerável do programa. A maior parte poderá vir do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O governo já indicou a potenciais investidores em ferrovias que o banco está preparado para financiar todo o investimento.
O mesmo vale para as rodovias. No caso dos aeroportos, é exigida a presença de um sócio externo, e nesse caso o governo espera que ele já venha com o seu planejamento financeiro estruturado.
Quanto menos dinheiro vier de fora, mais sobrecarregado ficará o banco oficial. "E haja orçamento para sustentar isso", observa um executivo que esteve na semana passada em Brasília para discutir o programa.
As informações são do jornal Estado de S. Paulo.