Sexta, 22 Novembro 2024

O lema na carreira militar da carioca Carmen Lúcia Carvalho de Souza tem sido esse desde sua formatura como guarda-marinha, em dezembro de 1998. Atualmente, a capitão–tenente dentista é responsável pelo setor de saúde da unidade da Capitania do Portos do Estado de São Paulo, localizada em Santos.

 

Aos 28 anos de idade, ingressou na Marinha já depois de formada. Foram três tentativas, até que conseguiu passar no concorrido concurso. Já são quase oito anos de vida militar, mas acostumar-se à rotina não foi tão duro assim.

 

Ela conta que seus pais, mesmo não sendo militares, a educaram com uma certa rigidez parecida com a da Marinha. A única coisa que estranhou quando ingressou na escola foi a excessiva quantidade de exercícios físicos. “A gente acordava e já tinha que marchar por quase duas horas, depois correr, nadar... Não podia parar um só instante para descansar. Estar com algum tipo de dor, comum entre as mulheres, não significava nada para eles”.

 

Ela conta que mulher nunca teve mordomia dentro da Marinha. O tratamento e as cobranças são exatamente os mesmos. “Não temos qualquer tipo de mimo. Entrou para a Marinha, não tem diferença entre sexo feminino e masculino”, garante.

 

A carioca, criada na Baixada Fluminense, é boa de conversa. Extrovertida e sorridente, a capitão-tenente de 35 anos sabe de seu dever e se impõe. Desde sempre são ensinados aos militares disciplina e respeito à hierarquia. “Os oficiais têm que respeitar o posto de antigüidade mesmo sendo mais velho de idade”.

 

Ao longo da sua carreira já trabalhou com comandantes difíceis. “Na Marinha você tem que respeitar o que eles pedem. Não pode contestar. Se você erra, a melhor coisa a fazer é assumir o seu erro para o seu superior. Tem que obedecer sempre”.

 

Apesar da voz doce e calma, assume que é um pouco estressada. “Eu cobro mesmo, sou exigente até comigo. Tento sempre dar um pouco mais de mim. A única coisa que é ruim é levar bronca sem ter culpa”.

 

Carmen segue a cartilha do dever cívico-militar. “Eu tenho a responsabilidade, não me considero mandona. Você não pode esperar o chefe te cobrar, se você conhece a responsabilidade. Tento relembrar à equipe os valores de lealdade, companheirismo e compromisso”.

 

Sob sua batuta, estão 10 profissionais de diferentes áreas da saúde, como médicos, dentistas e enfermeiros que atendem um total de 3.500 usuários entre militares da ativa e da reserva e seus dependentes, pensionistas e ex-combatentes. A CT Carmen ainda é encarregada das relações públicas.

 

A paixão pela vida militar é antiga. E ainda hoje continua a se emocionar durante as cerimônias. “Acho bonita a formatura, sinto uma emoção muito grande”. O clima de amizade prevalece na unidade e é fortalecido com festas e reuniões de confraternização.

 

Segredo

Para obter uma carreira digna e reconhecida dentro da Marinha o segredo é ser neutra e persistente. “Você sempre vai encontrar uma dificuldade, mas não deve desistir. Deve ser bastante insistente e resistente aos problemas. E para as mulheres, a feminilidade não pode ficar de lado. A gente deve sempre persistir, insistir e nunca desistir”.

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