A movimentação de cargas no Porto de Santos registrou em janeiro declínio de 6,0% em relação a 2016. A redução ocorreu pela queda de 16,1% nas exportações, apesar do significativo crescimento de 19,1% nas importações. Com participação de 63,60% sobre o total geral, a redução no fluxo de embarques influiu de forma decisiva para o declínio do movimento em janeiro. O recuo verificado em janeiro não inibe, no entanto, as projeções de crescimento para 2017.
O desempenho das exportações, com 4,683 milhões de toneladas, foi reflexo, principalmente, da redução nas operações de embarque de milho, com retração de 76,6%. Somente o milho representou declínio de 1,3 milhão de toneladas. A situação decorre da quebra da última safra do milho, ainda em final de escoamento, provocando o declínio também verificado em dezembro.
“O cenário, no entanto é otimista”, analisa o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Alex Oliva, lembrando que o Porto de Santos tende a se beneficiar com os resultados positivos da safra de grãos 2016/2017, com estimativa de recorde histórico para o país, num aumento de aproximadamente 15% em relação à safra anterior. “No geral, considerando ainda análises comerciais, devemos encerrar 2017 com um movimento em torno de 120,933 milhões de toneladas, um aumento de 6,3% em relação a 2016”, conclui Oliva, com forte expectativa de resultados positivos a partir do início do escoamento da soja. Beneficiada pela elevação dos preços, pela demanda internacional ainda elevada e por condições climáticas mais favoráveis, a safra nacional de soja deve apresentar novo recorde, com crescimento médio estimado de 8,7%.
O complexo soja, apesar de ainda não se apurar um elevado volume nesse início de escoamento da nova safra, já registrou crescimento de 125,2%, atingindo 678,72 mil toneladas, com participação de 485,85 mil toneladas da soja em grão. No auge do escoamento, esse volume deve facilmente superar 3 milhões de toneladas.
Quanto às importações, que participaram com 36,40% do total geral, alcançando 2,680 milhões de toneladas e incremento de 19,1%, foram impulsionadas pelo forte movimento de adubo, a principal carga nesse fluxo, que ampliou suas descargas em 43,8%, seguida pelo bom desempenho nas operações de óleo diesel e gasóleo, atingindo 28,6% de crescimento, com 137,96 mil toneladas.
As operações com contêineres registraram 279,978 mil TEU, apontando aumento de 4,0%. Considerando-se a tonelagem movimentada, o crescimento foi ainda mais expressivo, chegando a 9,3%, com 3,139 milhões de toneladas. O total de contêineres em unidades teve incremento de 3,2% com 132,026 mil unidades operadas. O número de navios atracados apresentou redução de 8,9% em janeiro, com registro de 360 embarcações.