A movimentação de cargas no Porto de Santos registrou em outubro declínio de 2,3% no total acumulado do período, decorrente, principalmente, da expressiva queda das exportações no mês. Apesar da redução, outubro, com o total de 9.146.027 toneladas operadas, registrou crescimento em relação à previsão inicial da Companhia Docas do Estado de São Paulo – Codesp que estimava 9.019.608 toneladas para o mês, elevando a previsão de fechamento do ano para 114.171.433 toneladas.
Com redução de 27,4% das cargas embarcadas, o crescimento de 5% das importações em outubro não foi suficiente para conter a queda que atingiu 19,2% no total mensal, refletindo significativamente na diminuição de 2,3% do total acumulado no período.
O movimento de outubro atingiu quase 9,15 milhões de toneladas, elevando para 97,67 milhões de toneladas o acumulado no ano. Com uma participação de quase 72% no total geral do período, a acentuada queda de 27,4% das exportações no mês reverteu a tendência, verificada ao longo do ano, de crescimento nesse fluxo.
Complexa soja, milho e celulose foram as cargas que mais influíram para o desempenho negativo das exportações. Além da significativa queda (o milho, por exemplo, caiu 72,8%), a expressiva participação dessas mercadorias no fluxo de embarques potencializou o efeito negativo da redução. Somente o milho respondeu em outubro por quase 13% do total exportado. No total acumulado, milho e celulose tiveram impacto destacado, implicando na redução dos embarques no período, enquanto, mesmo com desempenho negativo no mês, o complexo soja ainda mantém tendência de crescimento.
Nas importações, o viés de baixa verificado no acumulado do período ao longo de todo este ano se manteve, apesar de vir, a partir do segundo semestre, apontar reação, mesmo mantendo índice negativo. No primeiro trimestre do ano, a queda era de 14,8%, chegando a setembro com 5,0% de redução. O impacto mais forte nas importações verificado no acumulado até outubro foi a diminuição de 12,3% nas descargas de enxofre, a segunda a carga de maior expressão neste fluxo.
As operações com contêineres também mantiveram a tendência de queda, chegando a outubro com redução de 8,0% no mês e de 7,0% no acumulado quanto ao total TEU’s movimentados.
Balança comercial
Nos dados apurados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as cargas movimentadas por Santos nos dois fluxos, a chamada corrente comercial, tiveram aumento na participação sobre o total nacional, chegando a 29,0%, a quinta maior participação no acumulado mensal desde 1995, reflexo da expressiva marca de US$77,5 bilhões em trocas comerciais através do complexo santista. Apesar da redução de 8,0% em relação a igual período do ano passado (US$ 84,3 bilhões), a queda ficou bem aquém do declínio de 13% no total nacional.
As exportações apontaram participação de 28,5% sobre o total brasileiro, correspondente a US$ 43,6 bilhões. China, Estados Unidos e Argentina foram, respectivamente, os principais países parceiros através de trocas comerciais com o Porto de Santos, respondendo por 32,7% do valor comercial das cargas embarcadas. O complexo soja, açúcar e café, respectivamente, foram os três itens de maior destaque na pauta de exportação do porto santista, representando 31,3% das mercadorias embarcadas.
As importações tiveram participação de 29,6% sobre o total nacional, correspondentes a US$ 33,9 bilhões no total acumulado. China, Estados Unidos e Alemanha, foram, nesta ordem, os principais exportadores de carga para Santos, representando, pelo valor comercial, 48,1% do total de cargas descarregadas no porto. Gasóleo, caixas de marchas (auto parte) e inseticidas foram as cargas mais importadas, participando com 4,6% sobre o total de cargas importadas.