Parece que está havendo bate-cabeça no famigerado GAET, o Grupo Assumido de Entraves Trabalhistas. Não é ainda barata-voa porque o manda-chuva Rogério Marinho não deu a última palavra nem acionou o freio de arrumação.
Há, evidentemente, pelo relato dos que ouviram as últimas explicações dos encarregados de formular modificações na estrutura sindical, um fluir sem pressa de boas intenções liberaloides assemelhadas à água de bacalhau.
Do lado dos que projetam alterações no Direito do Trabalho há pressa, já que um deputado propôs uma PEC que estingue pura e simplesmente a Justiça do Trabalho.
Fazendo-se as contas e puxando o saldo congressual existem hoje, objetivamente, a PEC do deputado Marcelo Ramos (ainda sem número) e o projeto de lei do deputado Lincoln Portela, cujos apoiadores e antagonistas dividem as cúpulas do movimento sindical, entre as centrais sindicais e entre as confederações de trabalhadores.
Enquanto isso avolumam-se as notícias que dão conta das dificuldades que os trabalhadores enfrentam, formais e informais e os desempregados.
O desemprego mantém-se alto, a informalidade dispara e o salário despenca. Metade dos brasileiros sobrevivem com menos que a metade de um salário mínimo por mês e ele não terá ganho real, segundo as pretensões do governo. A miséria se espalha como chaga social.
Esta dupla pauta – defesa do emprego e do salário e ajuda ao desempregado e ao trabalhador informal – deve ser prioritária hoje para todas as direções sindicais responsáveis, já que o futuro a Deus pertence e o hoje está entregue ao Diabo.
* Analista político e consultor sindical