A hora de elaborar o currículo costuma levantar inúmeras dúvidas para os que estão em busca de emprego. Número ideal de páginas, foto e que características pessoais colocar são apenas algumas. Segundo especialistas em Recursos Humanos (RH), não adianta pegar uma das centenas de modelos prontos disponibilizados na internet e simplesmente completar as lacunas. Adequar o currículo à seleção de que se pretende participar é essencial. Já se foi também o tempo em que um currículo era bem visto pelo tamanho. Hoje, duas páginas que resumam, de maneira simples e direta, a vida profissional são o ideal. Afinal, o responsável pelo recrutamento tem, além do seu, mais uma pilha de material para analisar e selecionar, e as empresas costumam ter pressa.
“Quem seleciona os candidatos dentro das empresas geralmente conta com apenas alguns minutos para avaliar cada currículo. Então é preciso resumir e simplificar o máximo possível”, aconselha o diretor de RH da Provider e autor do livro “RH que dá lucro”, Wellington Maciel, que também liderou durante seis anos a equipe de recursos humanos da Coca-Cola em diversos Estados do Brasil.
A primeira etapa da elaboração deve ser a identificação. Nome, data de nascimento, estado civil, e-mail, dois telefones de contato e endereço bastam. “Escrever no topo da página as palavras ‘Currículo Vitae’ é totalmente dispensável, pois costuma tomar um bom espaço da página”, comenta Ana Thereza Almeida, da consultoria Fator Humano. Também não é preciso colocar foto. “Isso não é relevante”, diz Maciel.
O candidato pode colocar logo abaixo os seus objetivos. Mas Ana Thereza explica que não é necessário nenhum texto elaborado, “somente a área de interesse e o que a pessoa almeja, por exemplo, são suficientes. Tudo isso pode ser dito em apenas uma frase”, avalia ela.
O próximo passo é informar as qualificações. Ao contrário do que muita gente pensa, elas vêm antes da formação acadêmica. “Coloque os seus pontos fortes para preenchimento da vaga, as áreas semelhantes em que já atuou. Muitas vezes chama mais atenção do que a própria titulação”, acrescenta. Para a formação, que vem logo em seguida, basta colocar a última escolaridade. Se for estudante, lembre-se de informar a instituição de ensino, o período e o turno.
Na área reservada para línguas, Thereza aconselha a só colocá-las em caso de domínio. “O básico não é diferencial. Quase todo mundo tem”, pondera.
Por último, vêm as conquistas, em que deve constar os dois ou três últimos empregos, com especificação da área, da função, do período e exemplos de algumas atividades realizadas em empresas anteriores.
O ideal é que para cada seleção o currículo seja reelaborado para se adequar melhor à ocasião.
“É importante também citar trabalhos paralelos, como os ambientais ou sociais. Muitas empresas atualmente dão valor a esses adicionais”, recomenda Maciel.
Ele também aconselha a não sair por aí distribuindo currículos pessoalmente pelas empresas. “As pessoas não costumam ter tempo livre para receber quem não está previamente agendado. A dica é o networking, a indicação de amigos e as redes sociais, como o LinkedIn. Cerca de 75% das vagas hoje são preenchidas via boca a boca. Outra opção é entrar em contato com grandes consultorias de recrutamento de profissionais. Mandar o currículo para centenas de lugares por e-mail não é uma boa ferramenta. Costuma ser um tiro no escuro” afirma.
Fonte: Jornal do Commercio