O título deste editorial relembra o livro, de 1981, do grande escritor brasileiro Ignácio de Loyola Brandão. A obra, à época, foi definida como ficção científica. Todavia, passados 30 anos, ela já não pode ser qualificada da mesma forma.
O país descrito pelo autor pode ser aqui e agora, já não está tão tão distante. Ele fala de um futuro que já está acontecendo. Personagens que vivem meio a uma sociedade destruída em todos os sentidos - moral, social, ambiental e economicamente. Nos transformamos num "exército" de zumbis, perplexos porque os automóveis já não funcionam mais.
A água reservada às pessoas que estão na base da pirâmide social é uma "reciclagem" da urina. Aos muitos endinheirados é reservado o melhor, sempre.
Numa atmosfera sufocante, de um calor que não passa nunca, homens e mulheres revelam como chegamos a desesperança e à destruição de nós mesmos.
Não sobrará nada.