Nosso perspicaz observador Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional, à luz da assinatura, depois de cinco anos de negociações, de acordo comercial entre União Europeia (UE) e o Japão que elimina quase todas as tarifas sobre os produtos que comercializam. "Esse acordo", avalia ele, "é também uma resposta às ações do governo norte-americano, que elevou as tarifas sobre os bens importados de vários parceiros comerciais". Por isso, conclui: "Espera-se que esse mesmo motivo leve a UE a concluir pela necessidade de uma ação política que favoreça a assinatura de acordo semelhante com o Mercosul, que vem sendo negociad o há quase 20 anos."
Leia também
* Brasil se apequena no Mercosul e na sua política externa
A proposta do Mercado Comum do Sul (Mercosul) - bloco econômico que reúne os países da América do Sul, entre esses, o Brasil - também prevê o livre comércio de carros elétricos e híbridos, que não são produzidos na região. "Em contrapartida, o Mercosul espera que o setor agrícola europeu não continue a levantar os obstáculos que têm dificultado sobremaneira o acordo entre os dois blocos. Essa abertura do Mercosul em busca de um acordo dá-se porque houve mudança na agenda de comércio exterior brasileira, que passou a incluir a negociação de acordos essenciais para a inserção do País no comércio internacional. Ao mesmo tempo , o governo argentino, o outro grande parceiro do Mercosul, também mudou sua política de comércio exterior e tem pressa em fechar esse acordo com a UE", diz o empresário brasileiro.
Lourenço acredita que tal aproximação será benéfico para os dois blocos econômicos, na medida em que permitirá às empresas sul-americanas o acesso a novos mercados, além de fomentar a competição interna e contribuir para integrar as economias nas cadeias internacionais. "Talvez seja o caso de o Mercosul seguir os passos da UE e tentar também um acordo com o Japão, que tem um mercado superior a 120 milhões de consumidores", palpita.