Em um cenário onde 64% das empresas brasileiras são alvos de fraudes e ataques digitais com média ou alta frequência, segundo pesquisa recente do Instituto Datafolha em parceria com a Mastercard, a área da saúde enfrenta desafios específicos para proteger dados sensíveis de pacientes.
A conversão de prontuários do formato Word para PDF tem surgido como uma das principais estratégias para garantir a segurança das informações médicas e a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Setor de saúde vulnerável a ataques
De acordo com o "Barômetro da Segurança Digital", o setor de saúde figura entre os menos preparados em termos de cibersegurança, atrás de áreas como finanças, seguros, tecnologia e telecomunicações.
Este dado é particularmente preocupante considerando que, desde 2020, clínicas médicas, hospitais e consultórios precisam manter seus sistemas adequados à LGPD, sob risco de multas que podem chegar a R$ 50 milhões.
Da flexibilidade à segurança
A transição de documentos do formato Word para PDF tem se mostrado uma solução eficaz para este desafio. Enquanto o Microsoft Word oferece a flexibilidade necessária para a criação e edição de prontuários médicos, o formato PDF proporciona a segurança exigida pela legislação atual, com recursos de criptografia, controle de acesso e rastreabilidade.
Mudança cultural necessária
Para Luiz Gustavo Kiatake, presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), as instituições de saúde precisam desenvolver uma abordagem mais robusta para a proteção de dados, em entrevista ao Portal Telemedicina. "É necessário elaborar um documento de consentimento informando aos pacientes o fluxo de coleta e tratamento das informações, inclusive para as informações cadastrais", orienta.
Riscos do compartilhamento inadequado
Um dos pontos críticos identificados é o compartilhamento de informações entre diferentes instituições de saúde. Embora comum na prática médica, a troca de dados entre clínicas, hospitais e laboratórios agora requer não apenas o consentimento explícito do paciente, mas também a utilização de sistemas seguros e certificados.
Investimento em segurança
A pesquisa da Mastercard revelou que, apesar de 84% das empresas considerarem a cibersegurança muito importante, apenas 35% possuem uma área própria dedicada ao tema. Na área da saúde, a adoção de formatos seguros como o PDF para armazenamento de prontuários representa um primeiro passo crucial nesta direção.
Benefícios da conversão para PDF
A migração para o formato PDF oferece vantagens significativas para a proteção de dados médicos:
Segurança e conformidade
Criptografia de dados
Controle de acesso por senha
Registro de alterações
Assinaturas digitais certificadas
Gestão e compartilhamento
Formatação inalterável
Compatibilidade universal
Armazenamento otimizado
Transmissão segura
Implementação prática
O médico PhD Renato Sabbatini, especialista em informática e saúde, recomenda que as instituições realizem uma auditoria interna com especialistas em segurança da informação para verificar a conformidade com a LGPD. Isso inclui a avaliação dos processos de criação, conversão e armazenamento de documentos médicos.
Perspectivas futuras
Com o aumento constante de ataques digitais, a tendência é que as exigências de segurança se tornem ainda mais rigorosas. A conversão de prontuários para PDF, combinada com outras medidas de proteção digital, representa uma estratégia fundamental para clínicas e hospitais se manterem seguros e em conformidade com a legislação.
A adaptação a estas novas exigências não é apenas uma questão de cumprimento legal, mas uma necessidade estratégica para a sobrevivência e credibilidade das instituições de saúde no ambiente digital atual.
Com 81% das empresas reconhecendo que a LGPD trouxe benefícios para suas organizações, a adoção de práticas seguras de gestão documental, como a conversão de prontuários para PDF, torna-se um investimento essencial para o futuro da prática médica digital.