Quinta, 15 Mai 2025

por CMG (RM1) Luiz Gonzaga Campos*

 

No dia 28 de setembro é comemorado o Dia do Hidrógrafo. Mas, que profissional é este? Para explicarmos no sentido mais amplo a palavra hidrografia ou a importância do profissional que faz a hidrografia, o Hidrógrafo, basta que falemos sobre o mais conhecido produto que ele constrói: a Carta Náutica. A Carta Náutica é o mais importante auxílio que dispõe o navegante no mar. Sem ela, não importando a forma ou mídia em que ela é apresentada, não seria possível um navio se deslocar com segurança de um porto para outro e, sem isto, não haveria comércio marítimo. O Hidrógrafo é responsável pela coleta e análise de todas as informações que constam de uma Carta Náutica, como o tipo de sedimento (importante para o fundeio), os pontos conspícuos ou acidentes geográficos (importantes para a orientação), a sinalização náutica, os perigos para encalhe e colisões etc, além, obviamente, das mais utilizadas como a profundidade, latitude e longitude.

 

Mas não é só a Carta Náutica que o Hidrógrafo produz. Ele também é responsável pela elaboração e divulgação dos Avisos aos Navegantes, que são análises e previsões meteorológicas que garantem a salvaguarda das nossas vidas no mar. Em situações de risco, como foi o caso do ciclone “Catarina”, que atingiu os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul em 2004, são os hidrógrafos do Centro de Hidrografia da Marinha que monitoram esses sistemas meteorológicos, evitando ou minimizando as suas conseqüências sobre os navegantes. Durante a última Olimpíada, realizada na Grécia, o sucesso dos nossos iatistas dependeu das análises especialmente feitas pelos Hidrógrafos do Centro. Essas previsões especiais eram feitas em Niterói (RJ), sede do Centro, e enviadas para a nossa equipe de iatistas por meio eletrônico.  

 

Por trás dos bastidores de um romântico Farol a iluminar e orientar a derrota dos navegantes, provendo a segurança que eles tanto necessitam, também tem um Hidrógrafo ou vários, porque são muitos os nossos faróis e, alguns deles, em locais de difícil acesso e isolados do continente. Este serviço é realizado pelos Hidrógrafos do Centro de Sinalização Náutica e Reparos Almirante Moraes Rego.

 

Na Antártica também tem Hidrógrafo. Eles estão sediados na Estação Antártica “Comandante Ferraz”, localizada na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Arquipélago Shetlands do Sul. Foram os Hidrógrafos da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) que há mais de 20 anos sonharam com o Programa Antártico Brasileiro e o tornaram uma realidade. Hoje, esse projeto de âmbito nacional, da qual participam diversas instituições de pesquisas e universidades, inclusive do exterior, é um exemplo para todo o mundo científico e acadêmico, porque demonstra a nossa capacidade em desenvolver um programa de pesquisa de longo prazo com grande sucesso.

 

Recentemente, foram os Hidrógrafos da DHN que estiveram na Organização das Nações Unidas apresentando o Programa de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira, que nos permitirá incorporar cerca de 1.000.000 Km², além do limite das 200 milhas marítimas brasileiras.

 

O Hidrógrafo é formado na própria DHN, em um curso que dura 1 ano. A sua origem remonta aos idos de 1876, ano da criação da Repartição Hidrográfica, por Decreto Imperial datado de 2 de fevereiro. O aniversário do Hidrógrafo, no entanto, é comemorado na data de nascimento do seu Patrono, o Capitão de Fragata Vital de Oliveira. O Hidrógrafo Vital de Oliveira morreu no comando do seu navio “Silvado” durante o ataque em Curupaiti. Vital de Oliveira havia interrompido os trabalhos de hidrografia que realizava para se juntar aos outros navios brasileiros que lutavam na Guerra do Paraguai. Viva o Hidrógrafo!

 

Dados pessoais* :

Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1) Luiz Gonzaga Campos

Inspetor Naval da Capitania dos Portos de São Paulo.

Tel: (13) 3221-3454 R-234 e 9735-7554.                

 

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