Quarta, 06 Agosto 2025

Nos anos 70, Henrique da Costa Mecking, o nosso Grande Mestre Internacional de Xadrez Mequinho, dividia o Olimpo do esporte brasileiro com Pelé e Emerson Fittipaldi. Caiu no esquecimento. No final daquele período, quase perdeu a vida porque contraiu uma doença neuromuscular conhecida por miastenia gravis.


Curou-se e, agora, retoma o caminho das conquistas que não conhecia há 30 anos. Mequinho venceu, no início de junho, o Torneio de Lodi, na Itália, ao superar setenta enxadristas (entre eles, oito Grandes Mestres), de 23 países.

Ele terminou a competição com sete pontos em nove rodadas, contra 6,5 do ucraniano Sergey Fedorchuk, o segundo colocado.

Trata-se do primeiro título de Mequinho no exterior desde 1976, quando faturou seu mais importante torneio, o Interzonal disputado em Manila, nas Filipinas. Chegou a ser terceiro no ranking mundial em 1978, atrás apenas das lendas soviéticas Anatoly Karpov e Victor Korchnoi.

Foi tema até de música. Raul Seixas, em "Super-Heróis", do álbum "Gita", de 1974, cantava: "Quem é que no Brasil não reconhece o grande trunfo do Xadrez? / Saí pela tangente disfarçando uma possível estupidez / Corri para um cantinho para dali sacar o lance de mansinho / Advinha quem era? / Mequinho!", em canção escrita em conjunto com Paulo Coelho.

Emocionado com o importante título, Mequinho recorreu às lembranças do auge da carreira para explicar a nova fase."Nós, brasileiros, podemos ser campeões dos pés à cabeça", afirma o enxadrista, se referindo à Copa do Mundo e repetindo uma frase que se tornou célebre na voz do ex-presidente Emílio Garrastazu Médici - que chegou a empregar Mequinho como seu assessor. Vale lembrar, aqui, que ele recebia verba governamental para se dedicar exclusivamente aos estudos de Xadrez.

 

O enxadrista fala ainda com certa dificuldade. Sua voz é rouca, frágil e pausada, mas ele garante que está livre da miastenia gravis, doença que paralisou todos os seus músculos. Mequinho tem um objetivo determinado, e diz que vai lutar por ele: "Quero ser campeão mundial para provar que Deus me curou". Hoje, ele é formado em Teologia e Filosofia.

Depois de um retorno tímido na década de 90, e resultados discretos nos últimos anos, Henrique da Costa Mecking atribuiu a conquista do título na Itália às aparições de Nossa Senhora de Medjugorje, na Bósnia, para onde foi após o triunfo em Lodi.

Mequinho agora se prepara para retomar sua rotina no Brasil: acordar todos os dias, às 6h30, em modesta casa em Taubaté, onde vive sozinho, para treinar caratê, correr pelas ruas, freqüentar às missas e, quando precisar de um carro, usar seu inseparável fusquinha branco/1980.

"Não tenho do que reclamar. Eu sentia dores terríveis. Precisava de ajuda até para levantar da cama e escovar os dentes", relembra o campeão.

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