O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do Estado de São Paulo deve fechar 2016 em R$ 277 bilhões, crescimento de 7,2% no ano. A projeção é do Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), que considera os dados disponíveis até outubro.
O PIB do agronegócio é calculado a partir da soma do valor agregado pelas “indústrias antes da porteira da fazenda” ou de insumos agropecuários, com participação de 5%; pela atividade “dentro da porteira da fazenda” ou agropecuária, com 11%; pelas indústrias “depois da porteira da fazenda”, preponderantemente as de alimentos, com 41%, e pelos serviços diretamente ligados ao agronegócio, com 43%.
A atividade primária, “dentro da porteira da fazenda”, impulsionou o resultado agregado. Apesar de deter apenas 11% de participação na formação do PIB, apresentou a mais expressiva alta, de 19%, em relação a 2015. Nesse caso, os destaques determinantes foram as culturas da cana-de-açúcar e da laranja, em que o Estado representa 57% e 73%, respectivamente, de todo o volume produzido no Brasil.
As culturas de café, soja, milho, banana, batata, amendoim, feijão e uva tiveram um bom ano e, da mesma forma, contribuíram com o forte crescimento do setor primário.
Em relação ao elo “antes da porteira da fazenda”, o crescimento esperado é de 3,1%, com destaque positivo para os insumos da pecuária (8,5%), influenciados pela indústria de nutrição animal, que deve apresentar boa evolução no faturamento real. Já os insumos agrícolas ficaram praticamente estagnados, pois se por um lado algumas indústrias apresentaram bom desempenho, como a de fertilizantes, por outro, as empresas de máquinas e equipamentos tiveram nova retração em 2016.
Quanto às indústrias “depois da porteira da fazenda”, a estimativa é de um avanço de 5,7% sobre 2015. Foram observados crescimentos nas indústrias de café, óleo de soja, etanol e açúcar, sendo esse último o grande destaque.
O forte desequilíbrio no quadro de suprimentos global de açúcar, com quebras de safras ocorridas em 2015 em locais como Índia, União Europeia e Tailândia, contribuiu para o decréscimo da disponibilidade da ommodities no mercado mundial. No Brasil, vários fatores fizeram com que a safra anterior fosse mais alcooleira, fato que, combinado ao excesso de umidade na colheita, contribuiu para que o preço atingisse patamares elevados, observados pela última vez em meados de 2012. Na contramão, os setores de celulose, têxtil e vestuário, e produtos e móveis de madeira pesaram negativamente para o resultado.