A atual situação e as perspectivas da Ferroeste para o próximo ano foi o tema do presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araújo, na reunião empresarial que aconteceu na Sala Paraná, nesse dia 17, nas dependências da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC).
Um dos projetos historicamente mais ambicionados pelo oeste do Paraná tenta justificar toda a sua importância desde que foi constituído, em 1998. A Ferroeste passou por diversos momentos de dificuldades e nos últimos anos, mas acumula bons resultados, tanto que em 2016 a previsão é de que ela, pela primeira vez, feche seu resultado contábil no azul. Essa foi uma das informações repassadas pelo presidente da empresa, João Vicente Bresolin Araújo, durante reunião empresarial da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel).
Para ser superavitária, a Ferroeste precisa transportar no mínimo 100 mil toneladas por mês. E a projeção para o ano que vem é de que locomova 1,5 milhão de toneladas. “Caso tudo corra bem, então fecharemos com um pequeno lucro no exercício”, diz João Vicente, afirmando que a conquista não é pouca coisa.
Em 2014, o resultado negativo foi de R$ 3,2 milhões e deverá chegar aos R$ 2,5 milhões no atual. O equilíbrio vem de aportes do Estado. A mudança de cenário se deve, conforme o presidente, à adoção de uma série de medidas que tornam a ferrovia mais eficiente.
O governo estadual retomou as operações da Ferroeste em 2007 e desde então há dificuldades quanto a material rodante e também de manutenção dos trilhos. Em 2011, eram apenas três locomotivas. Novas foram integradas nos últimos anos, além de vagões. Com o recente anúncio de aporte de R$ 4 milhões pelo governo estadual, em 2016 ela somará 15 locomotivas e 399 vagões, com incremento de capacidade de tração de 70%. “Esses ajustes permitem à empresa avançar lenta, mas consistentemente”, afirmou o presidente.
Malha
Pela primeira vez na história, a Ferroeste também recebe reparos em sua malha. Em um primeiro momento, 50 quilômetros recebem consertos feitos por equipamentos especiais. Em alguns pontos, os trilhos foram corrigidos em até 40 centímetros. “Jamais teríamos fôlego e tempo para fazer isso empregando força humana. Com essas máquinas, vamos garantir maior velocidade média no percurso alcançado”, de acordo com João Vicente. O investimento chega próximo de R$ 1 milhão. Entretanto, esse dinheiro não sairá do caixa da empresa, já que ela faz trocas de serviços por trilhos que tem em estoque e por materiais que recebeu do Dnit, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
Mesmo com os avanços, a empresa ainda conta com alguns limitadores. A Rumo/ALL, que detém a concessão ferroviária de Paranaguá a Guarapuava, prioriza atendimentos à região Norte, onde é mais lucrativo, entretanto permite à Ferroeste utilizar seus trilhos para chegar ao litoral. Um dos gargalos mais sérios está entre Guarapuava e Ponta Grossa, em trecho construído há mais de cem anos e com raio de curva pequeno, o que reduz e muito a velocidade das composições. Por isso, segundo João Vicente, corrigir essa falha, no momento, é mais estratégico do que executar as outras expansões previstas no trecho de concessão sob o domínio do Estado, que vai de Guarapuava a Maracaju, no interior do Mato Grosso do Sul.
A concessão da Ferroeste no trecho é por 90 anos, segue então até 2.078. Para viabilizar de vez a empresa, há um projeto com extensão de 1,1 mil quilômetros, ligando Maracaju a Pontal do Paraná. Todavia, para viabilizar esse empreendimento, o Estado precisará conseguir o direito de construção e de domínio em todo o trecho. Conta a favor o fato de que uma nova rodovia entre Guarapuava e o litoral (Pontal do Paraná) não representará concorrência à atual concessionária do que traçado que já existe. O valor estimado para a obra é de R$ 8,7 bilhões.
Além dos 248,6 quilômetros de Cascavel a Guarapuava, a Ferroeste tem previstos ramal de Cascavel a Dourados (MS), no trecho Noroeste/Leste (PR) e novas extensões necessárias para viabilizar a ferrovia.
Fonte: Ferroeste com Portal AN6 e site O Paraná