Sábado, 20 Abril 2024

Informação da Assessoria de Comunicação e Imprensa do Ippri/Unesp

 

No contexto das Relações Internacionais, são perceptíveis as discussões sobre o relacionamento do Brasil com países da América da Sul, principalmente no âmbito do Mercosul (Mercado Comum do Sul) e da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Pouco se fala, porém, sobre a política externa no espaço que compreende o Atlântico Sul. O menor destaque dispensado ao tema levou a doutoranda Camila Cristina Ribeiro Luis, do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas, oferecido em conjunto pela Unesp, Unicamp e PUC-SP, a pesquisá-lo para seus estudos de mestrado. O Programa é vinculado ao Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (Ippri) da Unesp.

Intitulado Ao mar, navegar é preciso: o pensamento estratégico da Marinha vis-à-vis a Política Externa brasileira, o trabalho descortina, de forma inédita, a Marinha do Brasil como ator importante nas Relações Internacionais do país. Mostra, ainda, que a Instituição apoia a ação da diplomacia sem entrar em conflito nas decisões do Ministério das Relações Exteriores. 'Quis entender a importância da região atlântica para as Relações Internacionais brasileiras' comenta Camila sobre a escolha de seu tema. A questão era saber se havia uma política direcionada para essa região, tal como existe para a América do Sul.

Com orientação do professor Samuel Alves Soares, Camila, que agora cursa doutorado no Programa, conta que, enquanto um órgão da Defesa, a Marinha é também expressão da Política Externa. 'O intercâmbio com os demais países da sociedade internacional se processa tanto por meio da Diplomacia como por meio da Defesa', ressalta a pesquisadora. No entendimento da Política Externa, ações de Diplomacia predominam em um contexto de paz e as de Defesa, em épocas de conflito.

'Analisando a conjuntura brasileira, a Marinha teve um destaque importante na condução da Política Externa do Atlântico Sul. A Instituição acumulou conhecimentos específicos sobre a importância do poder marítimo nas Relações Internacionais, sobrepondo-se sobre as decisões no Itamaraty', enfatiza.

A orientação estratégica da Marinha, segunda a pesquisa, compreende a Defesa, apoio à Diplomacia e manutenção das boas práticas no mar. A Defesa significa a base da ação, razão de ser da Marinha. Com relação ao apoio à Diplomacia, o órgão oferece apoio logístico no mar, cooperação técnica com outras marinhas da região e operações navais conjuntas, além de acompanhamento de visitas de delegações brasileiras.

Para a manutenção das boas práticas no mar, o órgão deve assegurar o bom desempenho da Marinha Mercante, aproveitamento dos recursos marinhos e também a salvaguarda da vida humana. 'Esta última tarefa prevê acordos internacionais pelos quais o Brasil fica responsável por prestar ajuda e realizar buscas um uma vasta área do Atlântico Sul', menciona Camila. 'Estas atribuições, que compõem o pensamento estratégico da Marinha, a direcionam como um ator importante nas Relações Internacionais brasileiras, especialmente no que concerne ao mar', ressalta.

História
No período imperial, pelo fato de as transações comerciais brasileiras serem realizadas prioritariamente pelo mar, a Marinha atuou como um direcionador da Política Externa. A ação ocorria tanto por meio da região marítima, como nas relações políticas com outros países, entre eles o Reino Unido, nações da costa oeste africana e da costa leste sul-americana.

Após a Independência, a Marinha passou a trabalhar pela afirmação da soberania brasileira diante de possíveis intervenções estrangeiras, além de controlar as rotas de comunicação marítima do Atlântico Sul. Com a Proclamação da República, a agenda de Política Externa se voltou a para dimensão continental, diminuindo a atenção para as questões relativas à região atlântica. 'Neste período a atuação da Marinha ficou retraída e ela, então, concentra-se na profissionalização da força', assinala.

As questões atlânticas voltam com mais força à pauta das Relações Internacionais brasileiras após o processo de descolonização no continente africano na década de 1970, lembra Camila. Nesse novo contexto, a Marinha amplia sua estratégia de ação, dando apoio ao esforço diplomático em direção à África e coordenando as ações de Defesa dos interesses brasileiros no Atlântico Sul.

 

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