O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski, participou do Seminário sobre Hidrovias Sul-Americanas, que aconteceu nesta semana, em Assunção, no Paraguai. O diretor da Antaq moderou o painel que abordou os aspectos institucionais e normativos, realizado no primeiro dia do evento, na terça-feira (25), e ontem (26) proferiu palestra no módulo sobre Projetos estratégicos para dinamizar as hidrovias no marco de suas bacias hidrográficas. O encontro foi promovido pelo CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina.
Em sua palestra, Tokarski apresentou o estudo de demanda da hidrovia do Paraguai, que está contemplado no Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH), e que foi elaborado pela Agência com a cooperação técnica da Universidade Federal de Santa Catarina.
O diretor da Agência discorreu sobre a evolução da demanda da via nos próximos 15 anos, destacando a perspectiva de transporte de 40 milhões de toneladas de carga, em 2030.
Atualmente, são transportados na Hidrovia do Paraguai 5,9 milhões de toneladas de carga, predominantemente minério de ferro, sendo a frota brasileira em operação de 54 embarcações, pertencentes a três EBNs (Empresas Brasileiras de Navegação) autorizadas pela Agência.
“Na saída de minério de ferro pela hidrovia com destino ao mercado externo, especificamente, houve uma expansão de 31% em 2013 com relação a 2012 e de 5% em comparação a 2011”, observou o diretor.
Tokarski também destacou o esforço da Agência para a retomada dos entendimentos sobre o acordo da hidrovia, que estão parados há quase três anos.
Segundo ele, a retomada do acordo é fundamental para expansão do transporte fluvial na região. “Na Antaq, entendemos que a hidrovia é estratégica para a logística de transportes da região, além de importante via de integração do Mercosul. Daí porque estamos empenhados num grande esforço para a retomada desse acordo”, apontou.
Ainda durante a apresentação, Tokarski anunciou a elaboração de um termo de cooperação técnica com a Universidade Federal do Paraná, visando a produção de um estudo sobre a prática regulatória, vantagens competitivas e oferta e demanda de carga entre os países signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná. “Nós estamos em fase da contratação desse estudo, que constitui uma obrigação da Antaq junto ao Plano Plurianual (PPA) 2011/2015, e que estaremos concluindo até o ano que vem”, afirmou.
Hidrovia do Paraguai
A Hidrovia Paraguai-Paraná é uma via internacional que corta o coração da América do Sul, partindo do Centro-Oeste brasileiro e passando por Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, seguindo no sentido norte-sul até desaguar no Oceano Atlântico.
Segundo projeções do PNIH, já em 2015, a movimentação de cargas na hidrovia poderá superar 8 milhões de toneladas de carga. Se forem feitas melhorias nas condições de navegação entre Corumbá (MS) e Cáceres (MT), esse transporte deverá atingir 22,927 milhões de toneladas em 2020. Com a inclusão do rio Cuiabá, em território brasileiro, aumentando a extensão da hidrovia, o transporte de cargas deverá superar 31 milhões de toneladas em 2025, chegando a 40 milhões de toneladas em 2030.
Os investimentos do PAC na via somam R$ 78,4 milhões, sendo R$ 65,9 milhões para obras de dragagem, derrocamento e sinalização, estudos e projetos; R$ 6 milhões para dragagem do Passo do Jacaré, no trecho próximo a Corumbá e Ladário; e R$ 6,5 milhões para estudos e projetos para instalação de terminais de carga.
Tokarski pede a retomada do acordo da Hidrovia do Paraguai, em encontro em Assunção
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