Coordenadora de Marketing da SISPRO, fornecedora de software de ERP e Soluções Fiscais
O grande desafio das empresas é manter a gestão dos negócios em dia. O controle das rotinas passa por uma organização rígida dos processos de negócios e das atividades de cada colaborador, o fluxo de trabalho. Soma-se a isto outras preocupações importantes, com destaque à gestão contábil e fiscal.
Nos últimos anos, os governos federal, estaduais e municipais investiram fortemente na informatização dos seus processos tributários e delegaram às empresas a responsabilidade de informar ao seu Fisco toda e qualquer movimentação, começando pela obrigatoriedade da nota fiscal eletrônica, que obrigou as empresas a investirem em sistemas de informação e também bloqueou a emissão das famosas notas fiscais espelhadas, aquelas que apresentavam o valor real na via entregue ao cliente, mas apresentava valor inferior no bloco de notas.
Atuando há mais de quatro décadas no mercado de sistemas de gestão, percebemos que as empresas precisam cada vez mais da informatização e melhoria de seus processos de negócios, além de aprimorar seus produtos e serviços para enfrentar a concorrência. Na outra ponta, as vendas devem dar conta de promover a captação de receitas para cobrir as contas e investimentos. Infelizmente esta equação não é tão fácil de ser resolvida, uma vez que os investimentos em TI crescem, mas, muitas vezes, as empresas passam por períodos de quedas no faturamento. Equilibrar as contas torna-se um grande desafio e a luta pelo mercado e manutenção do cliente a faz manter os investimentos em todas as áreas do negócio: pesquisa e desenvolvimento, novos produtos e serviços, capacitação das equipes, melhoria em todas as áreas.
Em fevereiro o SPED completa oito anos do início de sua implantação com muitas alterações, correções e novas obrigações. Desde então, as empresas têm sido obrigadas a correr contra o tempo para atender a todas as novas obrigações. Em 2015, por exemplo, entra em vigor, a ECF, Escrituração Contábil Fiscal, que altera o modo como as empresas devem informar todas as operações que influenciam a composição da base de cálculo e o valor devido do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Os administradores não podem se colocar em posição defensiva diante destes novos desafios. Não vai adiantar reclamar ou se unir às suas entidades representativas para negociar melhorias e adiamentos. Enquanto as negociações com o Fisco acontecem – com resultados positivo ou não – as empresas não podem deixar para fazer a lição de casa na última hora. As multas são altas e as companhias ainda podem ser negativadas, ficando impedidas de participar das compras dos governos quando surgir uma oportunidade.
Em várias oportunidades que tivermos para conversar com administradores de PMEs e profissionais contábeis de várias cidades do País notamos que a maior reclamação deles se refere à falta de informação sobre as constantes mudanças e como atender corretamente a cada nova obrigação anunciada pelo Fisco. A capacitação do pessoal responsável por atender às demandas contábeis e fiscais é vista como prioridade, mas nem sempre fácil de ser obtida, uma vez que a realidade das empresas e profissionais fora dos grandes centros econômicos é vista como um obstáculo.
Muitas delas estão se apoiando em consultores e empresas especializadas para dar conta do recado e esperam que seus fornecedores de software possam também ter a capacidade de acompanhar a evolução das obrigações do Fisco, uma tarefa árdua que deve ser seguida a risco e ser planejada com antecedência para evitar erros na elaboração e envio dos arquivos digitais aos computadores do Fisco.
Não priorizar os esforços na melhoria da gestão de todas as etapas e rotinas da empresa, como se vê, pode sair mais caro que os atuais elevados custos para se manter uma companhia sadia e em dia com o Fisco.