Sexta, 29 Março 2024

Adilson Unisanta* Engenheiro, professor universitário (Unisanta) e escritor - membro da Academia Santista de Letras

Brasil - Uma brevíssima história da industrialização

No âmbito geral do comércio internacional, entre exportações e importações o Brasil representa apenas cerca de 1% e, mesmo, assim, com exportações basicamente de commodities de baixo valor agregado, que ocupam muito espaço nos portos, mas geram pouca receita. Mas há que se ressaltar que as exportações do agronegócio são significativas para a segurança alimentar do mundo, além de terem sistematicamente suportado os superávits da Balança Comercia do país, ainda mais em tempos de pandemia.

Em contrapartida, nossa produção, tecnológica e de inovação ainda é insipiente, bem distante de: China, EUA, Japão, Coreia do Sul, Alemanha, França, Reino Unido, Suíça, Suécia e Holanda, os dez primeiros, nessa ordem, em registro de patentes, em 2021, segundo o World Intellectual Property Organization (WIPO).

Nesse contexto, a disputa entre o ambiental e o econômico se reflete naquilo em que o Brasil é referência mundial: o agronegócio.

As críticas ao modelo brasileiro vão da expansão de áreas ao fantástico trabalho da Embrapa na produção de sementes que aumentam a produtividade, entre outros resultados.

Tanto no caso da expansão do agronegócio como na de empreendimentos industriais, a legislação nacional, profusa e confusa, contribui em muito para dificultar investimentos, sendo uma fonte inesgotável e caudalosa para judicializações. O mesmo vale para financiamentos de entidades internacionais, que aproveitam desse arcabouço legal para, com o discurso da preservação ambiental, promovê-la radicalmente aqui, quem sabe se com a intenção oculta de impedir o desenvolvimento do Brasil, mantendo sua condição de fonte de matérias-primas e sua dependência de tecnologias e produtos de alto valor agregado importados.

No entanto, ninguém fala em recuperar florestas nos países chamados desenvolvidos, que hoje criticam e, até, demonizam o Brasil, além de subsidiarem sua produção interna, praticando um “protecionismo” que execram quando parte de outrem.

Já vão dizer que trata-se de uma teoria de conspiração... OK, a Noruega é uma das paladinas na questão ambiental, é verdade. Só esqueceram de dizer isso para a os responsáveis pela mineradora norueguesa que opera na Amazônia.

O discurso, na prática, é outro? Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço?

Bem, ninguém e nada são perfeitos, e todos têm "culpa no cartório" em grau variável, por ação ou omissão. Mas, "propaganda é a alma do negócio", tanto que, certa vez, revisando um Trabalho de Conclusão de Curso sobre utilização de madeiras de reflorestamento e recicladas na Construção Civil, os alunos incluíram um mapa que mostrava os países que mais desmatavam no início dos anos de 2000. Brasil e outros países do Hemisfério Sul, além de China, apareciam em destaque.

Quando perguntei aos alunos se tinham encontrado mapas de períodos anteriores, eles informaram negativamente. Pode ser que não tenham se atentado ao fato ou que aqueles dados justificavam a intencionalidade de seu objeto de pesquisa. Talvez a fonte consultada tivesse interesse em enfatizar apenas o cenário atual, para justificar sua tese.

Já ouvi dizer que Estatística é a arte de torturar os números até que eles confessem. Creio que o mesmo vale quanto à informação, quando se busca argumentos para defender um conceito ou, pior, para tentar impor um axioma.

Seguramente, se houvesse um histórico de mapas do mesmo tipo, seria possível identificar a devastação de florestas ocorrida no Hemisfério Norte, desde a Antiguidade; os efeitos do extrativismo desenfreado nas colônias; o motivo da desertificação de áreas antes exuberantes, nos tempos do Antigo Testamento. Desta forma, seria possível tentar explicar como essa devastação começou e como relacioná-la com o crescimento populacional e, proporcionalmente, concluir sobre qual o percentual efetivamente remanescente de florestas em cada país.

Para buscar culpados ou Justificar erros?

Não! Para mostrar que há muita hipocrisia e segundas intenções travestidas de discurso de certas fontes. Se bem que as preocupações ambientais são um fato preocupante, sem dúvida. O problema é como ele está sendo abordado.

Ouvi em videoconferência de uma empresária que atua no ramo ambiental, que o Brasil precisaria repensar sua condição de fornecedor de alimentos para o mundo, pois nosso rebanho bovino, maior do que a população do país, segundo ela, produz muito gás metano, o que é ruim para o meio ambiente.

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