A versatilidade para acompanhar diferentes refeições e os benefícios que oferece para a saúde, a partir de um consumo moderado, ajudam a explicar a popularidade do vinho durante o confinamento social
Até o dia 11 de junho, a pandemia provocada pelo novo coronavírus já havia infectado mais de 7,2 milhões de pessoas e provocado mais de 413 mil mortes em todo o mundo. Considerada por autoridades e especialistas de saúde como a pior pandemia registrada no último século, a COVID-19 provocou mudanças radicais no estilo de vida de boa parte do planeta.
O fechamento de estabelecimentos comerciais, escolas e universidades, além do confinamento social e a medição da temperatura de cada pessoa antes de liberar a sua entrada em supermercados e farmácias, algumas das atividades consideradas essenciais por diferentes governos no mundo, são alguns exemplos de atitudes tomadas neste período.
A obrigatoriedade de permanecer em casa durante semanas tem alterado alguns hábitos no interior das famílias. Um deles foi o aumento do consumo de bebidas alcoólicas neste período. Antes de escolher a sua bebida, confira algumas recomendações e saiba quais são as mais populares durante a quarentena brasileira.
Bebidas mais consumidas
Internacionalmente conhecido por sua grande produção de cerveja, no Brasil, essa bebida é a principal em diferentes manifestações, desde almoços de família e aniversários até churrasco com os amigos.
Contudo, na quarentena, o consumo de outro fermentado ganhou destaque entre os brasileiros: o vinho. Embora não seja uma bebida com preços tão populares como a cerveja e a cachaça, alguns fatores podem ajudar a entender o aumento da popularidade do vinho.
Além de ser mais socialmente aceito em momentos de reclusão, o consumo moderado do vinho traz benefícios para a saúde, tais como redução dos riscos de doenças cardíacas, resfriados e controle dos níveis de açúcar no sangue, além de ser um bom anti-inflamatório e ajudar na digestão.
O vinho também é muito versátil e costuma ser uma boa acompanhante para diferentes refeições, desde carnes até peixes e massas. Todos esses fatores fazem da bebida do deus romano Baco a que mais se popularizou no Brasil durante a quarentena.
Aumento do consumo de álcool
A obrigatoriedade de permanecer em casa impediu a possibilidade de rever amigos em bares ou de descontrair com colegas de trabalho após o expediente, o chamado “happy hour”.
Nesse contexto, amigos se reencontraram virtualmente por meio de plataformas virtuais, capazes de reunir até dezenas de pessoas em videochamadas, para ver shows, comemorar aniversários e até casamentos.
A partir disso, cresceu o consumo de bebidas alcoólicas em diferentes países do mundo. De acordo com a revista Época, o setor de comércio de bebidas alcoólicas cresceu 800% durante a quarentena. Esse aumento ocorreu em empresas deliveries ou naquelas que adotaram ferramentas que permitem aos clientes comprar virtualmente.
Cuidados com a dependência
Contudo, há quem tem tenha transformado o álcool em um mecanismo de escape para sentimentos que se intensificaram durante a quarentena em escala global: angústia, medo, ansiedade e estresse. Assim, o consumo compulsório do álcool torna-se um modo de preencher vazios, o que gera efeitos muito nocivos não só à saúde física e psíquica, mas também à convivência familiar.
Entre os efeitos fisiológicos provocados pela elevada concentração de álcool no sangue estão: alterações na consciência, instabilidade de humor, problemas de memória e falta de coordenação. Além disso, esse consumo desmedido também pode levar a sintomas de intoxicação, como alterações na fala, náuseas, vômitos e dificuldades para controlar movimentos corporais.
Por isso, ao sentir dificuldades em passar um dia sem beber e percebe que precisa de doses cada vez maiores de álcool para se sentir satisfeito, pode ser preciso pedir ajuda para monitorar esse comportamento e buscar outros meios de lidar com emoções como a angústia, o tédio e o medo.