*por Wisrah Willefort
Planejamento de finanças é essencial para uma relação saudável com o dinheiro
A nossa relação com o dinheiro e as finanças, geralmente, ganha mais atenção que o necessário. Pode parecer estranho pensar dessa forma, mas o fato é que controle financeiro é um tabu na sociedade. Isso porque existe uma expectativa de que todo mundo saiba organizar o capital. No entanto, isso não é ensinado, formalmente, por quase nenhum de nossos núcleos básico, seja escola ou família.
O fato é que para cuidar do seu dinheiro, você precisa de conhecimento. Como todo aprendizado, ele necessita de prática. Ou seja, não basta saber o que fazer na teoria, deve-se incorporar esse conhecimento, de fato, nas suas aplicações — desde as mais simples às mais complexas.
Em especial, para quem está começando a se relacionar com o dinheiro, particularmente, jovens no primeiro emprego ou novos empresários, essas dinâmicas do capital podem ser ainda mais desafiadoras. Mesmo assim, com dedicação ao aprendizado financeiro, elas se tornam mais fáceis do que se pode imaginar.
A primeira dica é, exatamente, buscar conhecimento. Não importa por onde o seu dinheiro circule, entenda as dinâmicas desse nicho. Compreenda a qual ecossistema você e seu dinheiro pertencem em todas as esferas. Conheça as taxas do seu banco, entenda para onde vai e de onde vem tudo que você recebe e gasta.
Faça uma planilha
Você, provavelmente, já ouviu isso de alguém. Essa é uma das regras básicas do controle financeiro: fazer uma planilha de movimentação. De maneira simplificada, você elenca o valor bruto de todas as suas fontes de renda, sendo esse seu capital de entrada, e cruza esses dados com todos os seus gastos fixos, capital de saída.
Mesmo quem recebe um baixo salário fixo por mês vai ser beneficiado com essa prática. Nesse caso, o recomendado é colocar como valor de entrada o salário bruto. Taxas, impostos e contribuições entram como valor de saída. Isso vai te ajudar e motivar a entender o quanto do seu dinheiro é destinado a esses fins.
Ao considerar gastos fixos, sua planilha não ignora as variáveis de contas como luz, gás e água. Apenas te dá uma previsão do quanto, em média, você gasta com esses serviços.
Reserve uma porcentagem de suas entradas
Poupar dinheiro soa como um privilégio de poucos e, em partes, isso é verdade. A questão é que muita gente poderia estar poupando, porém, simplesmente, não o faz porque acreditar que não pode. O ideal é que 10% de sua renda seja reservada todos os meses ao longo do ano.
Dessa maneira, ao final de 12 meses, você terá 120% de sua renda mensal naquele ano. É como um décimo quarto que você mesmo se proporciona. Quem não tem condição de abrir mão de 10% pode, simplesmente, juntar o que conseguir. Mesmo 10 reais, todos os meses, vão te dar uma renda extra de 120 reais no fim do ano.
Fuja das dívidas e parcelamentos
É certo que muitas compras com valores mais elevados só podem ser realizadas, pela maior parte dos brasileiros, por meio do parcelamento. Contudo, para todas as outras, essa prática deve ser evitada ao extremo. Saber reconhecer o que é essencial e o que pode esperar vai te deixar com menos dívidas e mais autonomia financeira.
Aplique
Nossa última dica assombra muita gente. Também é comum que se entenda que aplicações e investimentos só são possíveis quando feitos por pessoas abastadas. A verdade é que existem diversos modelos de aplicações para todos os bolsos.
Uma das mais simples e seguros é a poupança. Mesmo que muitos investidores torçam o nariz para esse tipo de transação, ela ainda é uma forma objetiva e simples para quem está começando a vida financeira.
Uma modalidade mais recente e também pouco arriscada são as aplicações de bancos digitais. Essas financeiras tecnológicas, em geral, oferecem uma poupança de acesso direto em que o dinheiro rende um pouco mais que a tradicional. Nos aplicativos dos bancos, em muitos casos, é possível ver esse rendimento em tempo real.
Por fim, mesmo programas de pontos e milhas podem ser boas aplicações. O essencial é que se pesquise e estude para entender qual relação financeira mais se adequa ao seu perfil e às suas condições.
