O número de casos no país está subindo. Veja como a doença é transmitida, o que fazer para evitar a contaminação, e quais as ações do governo para controlar a pandemia
No dia 11 de março, a OMS (Organização das Nações Unidas) decretou estado de pandemia por causa da expansão mundial do novo coronavírus. A nomenclatura foi evitada, pois se temia que, ao oficializar o nível de expansão da doença, os estados tivessem menor empenho na realização de medidas de proteção.
O vírus já está presente em mais de 114 países e causou mais de 4.500 mortes, segundo a OMS. Providências, como quarentena e o fechamento de fronteiras, já estão sendo tomadas no exterior, por causa do acelerado crescimento no número de casos.
O que é a COVID-19 e como surgiu
A doença infecciosa causada pela família de vírus conhecida como coronavírus foi chamada de COVID-19. Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum: febre, tosse, cansaço e dor muscular.
O vírus foi descoberto na metrópole chinesa Wuhan, em dezembro de 2019. Ainda não foi identificado como a doença surgiu, mas é provável que o vírus tenha vindo de animais comercializados no mercado central da cidade.
Como se prevenir
Não são apenas os sintomas que se parecem com os de uma gripe comum, a forma de transmissão também. Isso significa que ela se dá pelo contato com as secreções das pessoas que estão contaminadas pelo vírus. São elas: tosse, espirro, gotículas de saliva e toque seguido pelo contato em nariz, boca e olhos.
Para reduzir os riscos de contaminação é importante evitar o contato com pessoas doentes, lavar as mãos ou usar álcool em gel com frequência. Além disso, é importante cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar e evitar o toque em mucosa. Manter os ambientes ventilados também é essencial.
Situação no Brasil
O Brasil confirmou 78 casos de COVID-19 e ainda não há óbito registrado. O número de estados com pacientes infectados está aumentando, e o Ministério da Saúde prevê uma possível transmissão comunitária. Isso acontece quando não é possível detectar de quem veio o vírus.
Com o objetivo de conter a disseminação da doença, o Ministério regulamentou o isolamento e a quarentena. Quem tiver caso confirmado, deverá permanecer em casa, com os familiares, em isolamento por 14 dias.
Outra medida do Ministério reforça a capacidade assistencial da Atenção Primária para garantir o atendimento dos pacientes. Para ampliar a assistência, foi permitido o aumento da carga horária dos profissionais da saúde. Nesse sentido, foram abertas 5,8 mil vagas para médicos brasileiros assumirem contrato temporário.
A medida pode beneficiar 40 milhões de brasileiros. Além disso, dois mil leitos de UTI foram locados para atender a pandemia do novo coronavírus.
Estados brasileiros afetados
Com a rápida transmissão, o Brasil registrou mais de 1.400 casos de suspeita do COVID-19. O primeiro caso confirmado foi registrado dia 25 de fevereiro.
Até então, as pessoas infectadas tinham viajado para o exterior ou tiveram contato com alguém que esteve fora do país. No entanto, no dia 12 de março, o primeiro caso de transmissão local foi confirmado no Rio de Janeiro. Confira os estados com casos confirmados:
São Paulo: 46
Rio de Janeiro: 16
Paraná: 6
Rio Grande do Sul; 4
Pernambuco: 2
Bahia: 2
Distrito Federal: 2
Alagoas: 1
Minas Gerais: 1
Espírito Santo: 1
Exportação brasileira não foi afetada
A China é a principal parceira comercial do Brasil e, com a pandemia do COVD-19, houve uma expectativa em relação às exportações para o país. São 12 estados brasileiros que têm o mercado chinês como importador essencial, incluindo Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e a maior parte do centro do país.
Apesar das especulações, o surto do coronavírus não afetou a balança comercial brasileira, que registrou crescimento de 20,9% no mês de fevereiro. A explicação da alta é o aumento da demanda chinesa por ferro, petróleo, carne, algodão e minério de manganês.
Alguns exportadores relataram dificuldades na entrega dos produtos, por falta de mão de obra nos portos da China. Entretanto, o problema foi pontual e se dissipou rapidamente, sem afetar o desembarque da soja, que representa 43% do valor das exportações para o país.