Tida como maior nome feminino do esporte, Allyson Felix venceu poucos meses após gravidez
Allyson Felix, de 33 anos, conquistou, no dia 1º de outubro do ano passado, a 12ª medalha de sua vitoriosa carreira como corredora. Até aí tudo bem, o detalhe é que a atleta realizou a prova dez meses após sua gravidez. Não satisfeita com a conquista impressionante, Allyson ainda lutou pelos direitos iguais nos esportes ao se posicionar contra sua patrocinadora, que queria cortar seu salário.
A conquista chamou a atenção do mundo e também significa que Allyson passou outro atleta lendário, Usain Bolt. O jamaicano tem 11 medalhas de ouro, sendo ultrapassado pelas 12 da recém mamãe. É o poder feminino fazendo história também no esporte. Confira mais sobre o caso.
Gravidez
Tida como maior nome da história do atletismo feminino, Allyson deu à luz em dezembro de 2018 e retornou às competições em julho do ano passado, ou seja, cerca de oito meses após o parto. Tal fato realça a impressionante, e rápida, recuperação física e mental da atleta.
A campeã acabou realizando uma cesariana de urgência, logo na 32ª semana de gravidez, devido ao seu estado de pré-eclâmpsia, em que a pressão arterial se encontra muito alta. A cesárea tem seu lado bom e ruim, pois, ao mesmo tempo que a gestante vivencia menos dores, há o risco por conta da cicatrização.
Luta por direitos iguais
A americana entrou em intensa disputa com a Nike, uma das maiores marcas esportivas do mundo, já que é uma prática comum receber menores quantias de salário durante o período da gestação e alguns meses depois.
De acordo com a atleta, seu salário seria diminuído até atingir a marca dos 30% anteriores à gravidez. “É um exemplo de uma indústria esportiva onde as regras são feitas, em grande maioria, pelos homens”, contou.
Ela acabou ganhando a disputa, já que a marca se comprometeu em não reduzir o pagamento dela por pelo menos 18 meses e sem penalizações por resultados ruins e abaixo das expectativas. Allyson, entretanto, acabou mudando de patrocínio e assinou com outra marca, a brasileira Athleta.
Diferenças de tratamento no esporte
O receio de Allyson não é incomum entre as mães do esporte, um exemplo é a jamaicana Fraser-Pryce. Ela também foi medalha de ouro em Doha e tem um filho de dois anos, com quem comemorou muito a conquista.
Pryce enfrentou os mesmo desafios que Allyson e não ouviu quem lhe dizia para parar, decidindo seguir em frente e acreditar no próprio potencial. Outras atletas também já reclamaram da diferença que recebem, em especial no corte dos salários, como é o caso de Kara Goucher e Alysia Montaño.
Allyson já chegou a esconder a gravidez
Seu desejo por competir é tão grande que teve de esconder de seus treinadores a gestação. Como os efeitos da gravidez já estavam aparecendo em 2018, todos estranharam a queda nítida em seus resultados.
Um exemplo é o tempo em que percorreu a prova dos 400 metros: nas Olimpíadas do Rio, em 2016, levou 49s51 para completar o trajeto. Em 2018, o tempo aumentou para 51s. Fora das competições, a atleta passou a se dedicar muito mais a si mesma e apreciar a companhia do marido até o momento da gestação.
Conquistas de Allyson
A velocista é tida por muitos como a maior do esporte de todos os tempos, ao lado do representante masculino, Usain Bolt. Ela soma incríveis nove medalhas olímpicas, todas de ouro, e mais 16 conquistadas em Campeonatos Mundiais, das quais 11 são de ouro.