Segunda, 20 Mai 2024


As ruínas do Engenho de São Jorge dos Erasmos são a única herança que resistiram ao tempo para nos contar a história da produção açucareira no Brasil que iniciou, na Baixada Santista, em meados do século 16. Os demais engenhos construídos no período da colonização não existem mais.

 

O Engenho dos Erasmos foi fundado por Martin Afonso de Souza, em parceria com João Veniste, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves, por volta de 1534, sob o nome de Engenho do Governador. A área está localizada na Zona Noroeste de Santos, litoral do Estado de São Paulo.

 

Mais tarde, o engenho recebeu a denominação de Engenhos dos Armadores, quando passou a ser gerenciado por acionistas, chamados Armadores do Trato. Eles administraram a produção de açúcar incentivando o comércio na Capitania de São Vicente, por iniciativa do próprio Martin Afonso.

 

Posteriormente, o engenho foi adquirido pelo alemão Erasmo Schetz, tornando-se então conhecido por Engenho de São Jorge dos Erasmos. A família Schetz ficou de posse do terreno até o seu declínio em 1603, devido a problemas financeiros e o fortalecimento do mercado açucareiro no Norte.

 

O Engenho dos Erasmos conheceu a decadência, mas em tempos de prosperidade, trabalhava na lavoura de cana de açúcar e na moenda, mão-de-obra escrava. Foi centro de reuniões de muitos capitães-mor e vereadores, que discutiam assuntos relacionados ao progresso da Capitania, além de ter sido sede de um Conselho de Guerra, integrado por representantes de várias vilas da região.

 

A face da destruição se mostrou com a invasão de piratas pela costa brasileira que queimaram o engenho por duas vezes. O primeiro ataque ocorreu em 1591, por piratas oriundos do corsário inglês Thomas Cavendish e o segundo, em janeiro de 1615, por invasores do navio holandês Joris van Spilbergen, que haviam desembarcado na margem ocidental do Casqueiro.

 

A administração do engenho, inicialmente ficou a cargo do alemão Pedro Roesel, substituído, em 1566, por João Batista Malio. Por volta de 1568, coube a Paulo Werner assumir a sua direção, sendo sucedido por Jerônimo Maia sete anos depois. A má administração desses dois últimos resultou em desastres financeiros que viriam a repercutir posteriormente no seu período de decadência, sendo que já no início do século 17 era de propriedade de Lancelot e Melchior, herdeiros de Gaspar Schetz (irmão de Erasmo), estabelecidos com a firma "Gaspar Schetz e Irmãos".

 

Em 31 de janeiro de 1958, o proprietário do terreno, Octávio Ribeiro de Araújo doou à Universidade de São Paulo (USP) 4.000 m² para a construção de um centro de estudos.

 

Somente em 02 de dezembro de 2003, a USP anunciou a instalação de uma base avançada de atividades acadêmicas e culturais no local, apesar do projeto de recuperação do monumento ter sido elaborado desde o final dos anos 90. A USP conta com investimentos da iniciativa privada para concretizar o projeto.

 

Durante mais de meio século, apesar da preocupação em se preservar as ruínas do Engenho dos Erasmos, por parte de historiadores, estudiosos e segmentos da comunidade santista em geral, esse patrimônio histórico, marco do início da industrialização no período quinhentista, ficou a mercê da hostilidade do tempo, em estado de abandono, a caminho do ocaso total.

  

Fontes de pesquisa: Site Novo Milênio e Agência USP de Notícias.

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