Quinta, 18 Abril 2024

Caros leitores,

 

Hoje, continuando o tema da unificação da Europa, abordaremos os argumentos apresentados para a integração ferroviária da União Européia em 2002.

 

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Em mesa redonda realizada em 2002, foram discutidas as tendências empíricas do transporte ferroviário de carga na União Europeia. Os participantes do evento discutiram como essas tendências deveriam ser avaliadas e qual o papel da integração para desenvolver a competição dessas ferrovias com o setor rodoviário de cargas

 

O crescimento dramático do transporte de carga na Europa não podia ser acomodado pelo sistema rodoviário existente, dado o nível de congestionamento que se estendia por toda a malha. Por outro lado, os volumes de cargas transportados pelas ferrovias se estabilizaram no limite máximo admissível, demonstrando o ponto fraco das estradas de ferro europeias em consequência de uma rede fragmentada pelas fronteiras nacionais.

 

* No Brasil: lobby rodoviário impede a aplicação da multimodalidade

 

Os seguintes argumentos foram apresentados nessa oportunidade:

 

·           O declínio - O modal ferroviário estava declinante desde a década de 1970, assim como a navegação fluvial. Ambos perdiam mercado para a rodovia. A ferrovia, que tem a característica forte no transporte de mercadorias pesadas a longa distância, como produtos siderúrgicos e os insumos primários dessa indústria, estava perdendo mercado apesar do crescimento da demanda e também da distância de transporte. Muitos especialistas apontavam que a rede ferroviária não representava mais do que 5% do total da rede rodoviária europeia. Entretanto, esse argumento também necessitava ser tratado com cuidado, pois os principais eixos de transporte rodoviário de carga na França representavam somente 4% da malha rodoviária. A função do restante de malha era de distribuição e coleta.

 

·           Internalização dos custos externos – A rodovia gerava, e ainda gera, numerosas externalidades negativas como a poluição do ar, gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa e grande índice de acidentes. Todos esses fatores, todavia, não refletiam no preço pago pelos usuários da rodovia. Este argumento era utilizado pelos defensores da ferrovia que argumentavam que o benefício que a ferrovia gerava não resultava numa tarifa menor para seus clientes e, por isso, propunham um aumento de pelo menos 10% no preço do frete rodoviário para compensar o tráfego ferroviário.

 

·           Saturação da capacidade – Tradicionalmente, as ferrovias europeias argumentavam que suas redes estavam saturadas e não poderiam transportar mais carga adicional. Porém, o volume transportado não era maior do que o realizado na década de 1970. A saturação das linhas e a baixa utilização das locomotivas resultavam em atrasos em 70% dos trens de carga. Entretanto, as empresas privadas, que tinham outro tipo de administração, começavam a operar essas mesmas rotas com apenas 20% de atrasos. Os especialistas confirmaram que a saturação da infraestrutura era resultado da inabilidade gerencial, assim como da mudança de procedimentos administrativos e de segurança dos comboios de cargas. Os problemas nas fronteiras com normas operacionais rígidas, como as locomotivas bicorrentes, nas quais cada lado tinha procedimentos técnicos próprios, somados aos investimentos em novas linhas ao invés de investimentos específicos em pátios de cruzamentos de trens, eram causas de saturação da rede ferroviária.

 

·           Separação da infraestrutura e a operação – Alguns especialistas argumentavam que o declínio do transporte ferroviário era o resultado catastrófico do medíocre serviço oferecido nos últimos 30 anos. Hoje, cada empresa tem seus objetivos claros e ao mesmo tempo mais amplos, os quais muitas vezes são incompatíveis, fazendo elas se concentrarem naqueles em que têm maior eficiência. Sob esse aspecto, a função dupla, a infraestrutura e a operação pareciam incompatíveis onde o atendimento ao cliente, que passou a ser o objetivo principal justificando o emprego do just-in-time e a terceirização. Por isso, o argumento dos especialistas era a separação da manutenção e a ampliação da infraestrutura da via férrea da operação do sistema ferroviário.    

 

* Ferrovias defendem direito de passagem e ampliação da malha

Após essa terceira mesa redonda, foi firmado o acordo de 2007, por diversas entidades que tinham relação com a política de transporte europeia, documento que descreveremos no artigo da próxima semana.

 

Referências bibliográficas

A Integração Européia do Transporte Ferroviário de Carga – Conclusões da mesa redonda 125, dos Ministros de Transportes da União Européia, novembro de 2002. 

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