Domingo, 25 Mai 2025

As declarações feitas ao PortoGente pelo diretor comercial da Companhia Docas da Bahia (Codeba), Antonio Celso Alves Pereira Filho, caíram como uma bomba no setor portuário baiano. Além de classificar a greve dos 300 trabalhadores portuários como “um tiro no pé”, ele fez pesadas criticas à Associação dos Usuários dos Portos da Bahia (Usuport), classificando como um desserviço ao Estado as mais recentes declarações do diretor da entidade, Paulo Villa. Por isso, a reportagem ouviu Villa, que rebateu as acusações e questionou a eficiência da Autoridade Portuária.

 

* “O que a Codeba quer fazer conosco é um absurdo”

* Usuários pedem estadualização da Codeba

* Empresários estão descontentes com portos

 

Irritado com o uso da palavra desserviço por parte de Antonio Celso para classificar o serviço feito pela Usuport nos últimos meses, o diretor da entidade rebateu na mesma moeda e questionou se os erros registrados nos portos baianos são de responsabilidade da associação dos usuários ou da própria Companhia Docas. Ele entende que o Porto de Salvador opera no limite de sua capacidade há cinco anos, situação semelhante a do Porto de Aratu, com o diferencial de que lá o problema existe há 10 anos. Isso sem contar Ilhéus, em sua opinião abandonado.

 

“Os três portos carecem de ações emergenciais para se tornarem eficientes e aptos a prestarem hoje serviços à altura do potencial econômico do Estado. Eles precisam estar integrados a uma estratégia de desenvolvimento da Bahia que, notoriamente, vem perdendo cargas para portos de outros estados. Pior, eles estão deixando de ser portos centrais na estratégia do sistema portuário brasileiro, o que exige forte e decisiva ação para recuperar posições vitais para o desenvolvimento do Estado. Por isso tudo, o desserviço citado pelo diretor não seria, na verdade, da Codeba?”

 

Como nas oportunidades anteriores em que foi entrevistado por PortoGente, Paulo Villa bateu na tecla de que boa parte dos problemas nos portos da Bahia tem como origem a alta rotatividade na presidência da Codeba. Foram seis pessoas diferentes ocupando o mesmo cargo desde 2003, em uma média de um mandatário a cada 12 meses. Diante dessa situação, os usuários se dizem prejudicados e, dessa forma, solicitaram ao governador Jaques Wagner a estadualização dos portos de Salvador, Ilhéus e Aratu. O objetivo é mudar o modelo de gestão.

 

Usuários querem Porto de Salvador mais moderno com urgência

 

“A Usuport tornou-se fonte de referência para a mídia por causa da seriedade e caráter abrangente de suas propostas, dentre as quais se destaca o permanente fortalecimento da economia da Bahia. E isso passa por um sistema portuário mais eficiente e moderno, que ofereça preços justos, melhor qualidade dos serviços, preparado para contribuir na promoção do crescimento da economia regional e na geração de novos empregos. Quanto ao uso do termo desserviço, atribuído de forma equivocada pelo diretor à Usuport, não seria este o caso da Codeba?”

 

Por fim, o diretor da Usuport questiona a informação de que a Codeba reajustou no mês passado, pela primeira vez em 10 anos, as tarifas portuárias. Villa diz que o reajuste de julho é o terceiro em 10 anos. Os outros foram em 21 de fevereiro de 2007 e 1º de abril de 2008. “Vamos continuar nos esforçando, em conjunto com diversos segmentos, para desenvolver social e economicamente a Bahia, passando pela modernização dos portos de Salvador, Aratu e Ilhéus. Conclamamos a união de todos os baianos, inclusive a Codeba, em busca deste objetivo”, encerra Villa.
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