Segunda, 23 Dezembro 2024

por Frederico Bussinger
(Ambientalista Praticante)

“A Guerra é um assunto muito importante
para ser deixado a cargo dos Generais”
Clemeanceu

O debate sobre concepção, projeto, licenciamentos e implantações na Hidrovia Tietê-Paraná-HTP (1.200 km), em destaque as futuras extensões (Sta.M. da Serra-Ártemis e Anhembi-Salto) é importante em si. Mas, também, como case à imprescindível (logística e ambientalmente) ampliação (praticamente, implantação!) da malha hidroviária brasileira, a partir de invejada rede fluvial. Bom que a tese é agora reforçada pela Diretora da reconhecida “Fundação SOS Mata Atlântica”, Malu Ribeiro, em comentário sobre o artigo anterior: “…sem sombra de dúvida as hidrovias são alternativas altamente positivas em termos de transporte, de gestão ambiental e sustentabilidade”.

Pena não ser essa a visão dominante entre órgãos licenciadores, de controle e, mesmo, entre autointitulados “ambientalistas” - discussões Brasil afora. Vale lembrar, p.ex., as dificuldades no licenciamento da Eclusa de Tucuruí e de obras para melhoria da segurança e perenidade da HTP-Sul; esta objeto de uma Ação Civil Pública (ACP) felizmente obstaculizada!

Evidente; tal default de “boa vontade” não pode ser álibi ou salvo-conduto para projetos “de qualquer jeito”: Sempre importante pensar-se, conjuntamente, a navegação, drenagem, energia, abastecimento humano, agricultura, lazer, turismo. Também uma análise integrada de impactos (como proposto pela ambientalista); ou seja, balizada pelo conceito de balanço - fundamento da sustentabilidade e/ou do desenvolvimento sustentável.

Lógico, também, que a poluição das águas na região, mormente o grande volume de fósforo, nitrato e cargas orgânicas, geradas nas diversas sub-bacias, deve ser enfrentada. Também os metais pesados, detectados no reservatório de Barra Bonita (quiçá vindos da Região Metropolitana de São Paulo), constatação do estudo ambiental quando ainda estava no DH. Sim: navegação é adversária de algas e espumas, e aliada das matas ciliares! Enfim; há uma densa agenda, com ações preventivas e corretivas, a aprofundar a em curso. E ela vai muito além do rio e da hidrovia que, na verdade, são muito, muito mais vítimas que vilões!

O debate é mais que bem vindo. Também a participação da sociedade, como proposto pela ambientalista, mas já iniciado pelo DH, a Frente Parlamentar das Hidrovias (FPH) e o Consórcio Intermunicipal Tietê Paraná (CITP). Mas debates sem monopólio da verdade e, principalmente, da virtude! Parodiando Clemeanceu, “meio ambiente é algo muito importante para se tratado, apenas, por (declarados) ambientalistas”. E a boa notícia é que também há vida inteligente, boa intenção, patriotismo, preocupação com o futuro do planeta entre os normativamente denominados “empreendedores”.

Próximo: “Condomínio Portuário - III

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