A classe de navios Triple-E é uma família de navios gigantes, que, em operação, serão os maiores porta conteineres do mundo, focados, principalmente, na eficiência total do uso do bunker. Seu projeto, execução e operação são de autoria da armadora dinamarquesa Maersk Line. O contrato acordado com o estaleiro coreano Daewoo Shipbuilding é estimado em cerca de 4 bilhões de dólares, e serão construídos 20 embarcações no padrão da classe.
Imagem: World Maritime News
MV Maersk Mc-Kinney Moller é o primeiro da classe
O nome Triple-E é derivado dos três principais princípios empregados no projeto: economia de escala, eficiência em energia e sustentabilidade (em inglês, economy of scale, energy efficient e enviromentally improved). O plano da armadora é a utilização dos navios nas rotas entre a Europa e a Ásia, com a projeção de que as exportações chinesas continuarão a crescer.
Aspectos técnicos
- Capacidade: 18000 TEU's
- Comprimento: 400 metros
- Calado: 14,5 metros
- Largura: 59 metros
- Altura: 73 metros
- Velocidade média: 19 nós (34 km/h)
- Velocidade máxima: 25 nós (45 km/h)
- Peso bruto: 165.000 tonaladas
- Motores: dois motores com capacidade de geração de 32 MW cada, com consumo de 168 g/kWh.
- Propulsores: Dois propulsores com 4 lâminas, com 9,8 m de diâmetro cada
Um aspecto interessante é a chamada boca do navio. Construída em formato de "U", permite uma acomodação de um maior número de conteineres do que o da classe antecessora, a E-Class, onde a boca possuía um formato de V, projetado para que fossem alcançadas maiores velocidades. Mesmo com apenas 3 metros a mais no comprimento (400 metros da Triple-E contra 397 metros da E-Class), e 4 metros a mais na largura (59 metros contra 55 metros), a acomadação de contêineres é 16% maior, o que aumentará também a produtivadades das operações em cais. Outra mudança marcante é a alocação da torre na embarcação: geralmente posicionada na porção traseira das embarcações, no caso da Triple-E, a sua acomodação é na porção média do navio, o que permite uma estivagem em maiores alturas tanto na proa quanto na popa.
Na propulsão, também foram realizadas alterações marcantes. Os navios terão dois motores cada, com um propulsor cada, o que permite uma melhor distribuição de pressão e aumenta a eficiência unitária. Os motores também são equipados com sistemas de WHR (Waste heat recovery), ou seja, de reaproveitamento de energia gerada na queima de combustível.
A configuração do sistema de propulsão também ajudará na economia de combustível. O projeto prevê que a chamada optimum speed, ou seja, onde há melhor aproveitamento de combustível, é de 19 nós, na qual, comparado com a economia de combustível na classe antecessora, é 37% maior. Preveê-se que, ainda comparados com a E-Class, os navios da Triple-E terão emissões de CO2 20% menores.
Para informações mais apuradas, consulte o site especial lançado pela própria Maersk Line sobre o projeto (http://www.worldslargestship.com/).